O Conselho Superior do Ministério Publico Federal aprovou na terça-feira, sem discussão, a reserva no orçamento de 2018 de R$ 1,6 milhão para passagens e diárias de procuradores da Operação Lava-Jato em Curitiba. A verba corresponde ao valor que os procuradores deverão gastar este ano em viagens no país e ao exterior. Até o momento, os itens já representaram despesas da ordem de R$ 1 milhão. Semana passada, os valores a serem repassados à força-tarefa foram motivo de um embate entre o atual procurador-geral, Rodrigo Janot, e sua sucessora, Raquel Dodge.
Num ofício com 40 perguntas endereçado a Janot, Raquel quis saber por que a proposta de orçamento do Ministério Público Federal para 2018 só previa R$ 522 mil para a força-tarefa de Curitiba. Os procuradores teriam pedido R$ 1,6 milhão. Em resposta, Janot disse que o orçamento da força-tarefa poderia ser engordado com crédito adicional, como aconteceu nos dois últimos anos, com remanejamento de recursos. Em 2016, os procuradores também pediram R$ 1,6 milhão e acabaram recebendo R$ 1 milhão.
Na reunião de terça-feira, o Conselho decidiu que as verbas seriam reservadas desde já no orçamento. Portanto, não haverá necessidade de crédito adicional. Janot entendeu que não haveria nenhum problema no arranjo. Segundo o procurador-geral, nunca houve a hipótese de a força-tarefa de Curitiba ficar sem dinheiro. Mas a inclusão no orçamento do valor global das despesas seria uma confirmação da prioridade da Lava-Jato.
– Não podemos abrir mão das investigações da Lava-Jato – disse Janot.
Fonte: O Globo