O presidente do Consórcio Nordeste, João Azevêdo, divulgou nota neste domingo (06) na qual repudia as falas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que sugeriu uma frente Sul-Sudeste contra o Nordeste.
De acordo com o governador da Paraíba, o gestor mineiro faz uma leitura preocupante do Brasil pois “indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas decanas dos projetos nacionais de desenvolvimento”.
João frisa que “já passou da hora do Brasil enxergar o Nordeste como uma região capaz de ser parte ativa do alavancamento do crescimento econômico do país e, assim, contribuir ativamente com a redução das desigualdades regionais, econômicas e sociais”.
Por fim, o governador afirma que a “união dos estados do Sul e Sudeste num Consórcio interfederativo pode representar um avanço na consolidação de um novo arranjo federativo no país. Esse avanço, porém, só vai se dar na medida em que todos apostarmos num Brasil que combate suas desigualdades, respeita as diversidades, aposta na sustentabilidade e acredita no seu povo”.
Entenda
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em entrevista às jornalistas Monica Gugliano e Andreza Matais, do Estadão, cobrou mais protagonismo político do eixo Sul-Sudeste. Ele afirmou que o Nordeste é uma “vaquinha” que “produz pouco”.
“Temos 256 deputados – metade da Câmara – 70% da economia e 56% da população do País. Não é pouco, né? Já decidimos que, além do protagonismo econômico que temos, nós queremos – que é o que nunca tivemos – é protagonismo político”, disse.
“Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por estado. Nós falamos: ‘não senhor’. Nós queremos proporcional à população. Por que sete estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam. Aí, nós falamos que não. Pode ter o Conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso equivalente”, continuou o governador sobre a votação da reforma tributária no Congresso Nacional. “Pela primeira vez, um dia antes da reforma tributária ser votada nós convidamos todos os 256 deputados federais (metade da Câmara dos Deputados) do Sul e do Sudeste. Os do Norte e Nordeste estão muito na nossa frente.”
Veja a nota: