O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) falou pela primeira vez sobre a crise no partido. Em uma conversa com o jornalista Suetoni Souto Maior, Ricardo garantiu que a dissolução do diretório estadual ocorreu de forma altamente democrática, disse que ficou triste com a reação de aliados e afirmou que não vê motivo para rompimento com João.
De acordo com o socialista, o partido, no momento, passa por uma encruzilhada que todo partido passa em algum momento político. “O partido estacionou”, argumenta o ex-governador, uma indireta à atuação do ex-presidente estadual do PSB, Edvaldo Rosas.
Ricardo disse que diversas situações colocaram em xeque a condução do “projeto do PSB”, que ele, com orgulho, afirma ter constuído.
“Na relação, por exemplo, com a Assembleia, se voltou a feudalizar o Estado. Isso, eu tive um trabalho, o governo teve um trabalho enorme, para dizer, rapaz, na política vamos juntos… não dá pra dividir o Estado por deputados”, criticou.
Por esse problema, Ricardo culpou o atual secretário de comunicação do Governo, Nonato Bandeira, a quem o ex-governador atribuiu “pensamento atrasado”.
Em um outro ponto da conversa, Ricardo disse que recebeu com surpresa a reação de aliados. “Eu servi para eleger 22 estaduais, seis federais, o estadual mais votado, o federal mais votado, o senador mais votado e um governador que há quatro meses da eleição tinha 2% de conhecimento… Eu servi para ficar no governo, para não ter um mandato de senador e não sirvo para governar o partido, para ser presidente do partido?”, questionou.
Sobre as próximas eleições (2020 e 2022), o socialista, mais uma vez, disse não ter planos concretos para nenhum dos pleitos. “Eu não consigo fazer conta para seis meses depois, imagine para 2022?”, brincou.
Mas a pergunta que não quer calar, cuja resposta foi uma das mais buscadas foi sobre a atual relação dele com o governador. Na resposta, uma crítica ao rumor de um rompimento entre os dois.
“Tem muita gente que acha, que torce por isso, porque tem uma parte da política que é fisiológica e raciocina da seguinte forma: se eu tenho aqui um todo e dentro desse todo tem várias partes, se eu elimino aqui, uma dessas partes, vou ficar com o todo para dividir entre nós… Eu não vejo nenhum motivo de o atual governador de romper com o partido que lhe deu a primazia de governar o Estado”, concluiu.
Da redação