Para esse pessoal do Coletivo Ricardo Coutinho a democracia serve para umas coisas, mas para outras não.
A frase do detentor de cargo de confiança no Governo e que atende pelo nome de Cristovam Tadeu, postada em seu twitter, em muito me lembra um argumento de Pelé em épocas também obscuras.
Pelé disse certa vez que o brasileiro não estava preparado para votar e Cristovam parafraseou emendado que “Se deixar o povo escolher, só vem merda”.
Discordo dos dois, apesar de concordar com Cristovam em uma coisa: vez por outra o povo opta pelo dejeto.
No entanto, como cresci combatendo a ditadura e vendo amigos presos ou em rabos do foguete para que um dia tivéssemos democracia, prefiro o povo acertando umas e errando outras, do que o totalitarismo de quem acha que pode escolher por nós.
A frase infeliz de Cristovam refere-se a outra infelicidade verbalizada por Chico César, que pirou o cabeção e quer ditar a estética cultural negado-se a contratar bandas de forró amadas pelo povo, mas odiadas pela sua ótica pessoal.
Confesso que também não tenho predileção pela cultura inútil e entre Aviões e João Gilberto eu prefiro João.
Mas nem por isso estaria certo contratar João para um evento de massas no Parque do Povo. Cada momento é um momento, cada público tem uma predileção. Como diz o ditado, “há gosto pra tudo”.
A democracia começa e termina nas frases e atitudes. A vigilância eterna é o preço da liberdade de expressão.