Nesta quinta-feira (22), um grupo com cerca de 240 profissionais da construção civil realizaram protesto no Centro Administrativo de João Pessoa. Com cartazes e carros de som, eles reclamam do atraso na emissão de documentos como alvarás, o que estaria prejudicando o setor. Os manifestantes convocaram o prefeito Cícero Lucena para o diálogo e chegaram a invadir a sede da prefeitura da Capital.
Segundo os profissionais, a manifestação é motivada pela inviabilização da construção de novos projetos, além das dificuldades sofridas por conta das exigências da prefeitura, como em alvarás e a realização de fiscalizações que deveriam ser feitas por órgãos do estado e do município.
O grupo também soltou fogos de artifício, além de proferir ameaças ao gestor municipal. Um deles xingou Cícero de “vagabundo”. O prefeito pediu para que o manifestante fosse preso, mas ele não foi identificado. Guardas municipais e até mesmo a Polícia Militar foi chamada para controlar os protestantes, utilizando spray de pimenta para impedir a invasão ao auditório onde Lucena concedia entrevista coletiva.
Uma comissão feita pelos profissionais conseguiu ser atendida pelo secretário de gestão Diego Tavares. Conforme o secretário, foi acordado que os construtores façam um documento com as reivindicações e mandem para a prefeitura. De acordo com a comissão, o documento deve ser enviado ainda nesta quinta-feira (22).
Na pauta dos manifestantes estão cobranças para a liberação dos ‘habite-se’, alvarás e documentações de licenciamento ambiental que dependem da prefeitura e atualmente estão travadas, inviabilizando as construções.
O representantes dos pequenos e médios empreendedores, Anderson Paulino, afirmou que houve um primeiro contato com o prefeito, mas nada foi resolvido e que ainda aguarda posicionamentos. “Se não houver um posicionamento eficaz, vamos trazer todos os nossos trabalhadores, que somados a gente coloca 5 mil pessoas dentro da prefeitura”, sinalizou.
Em nota, a Prefeitura de João Pessoa repudiou o ato e reitera estar aberta ao diálogo com a categoria, desde que haja respeito entre as partes.
Veja a nota da Prefeitura de João Pessoa:
A Prefeitura de João Pessoa lamenta profundamente as cenas registradas na manhã desta quinta-feira (22) no Centro Administrativo Municipal (CAM). Sob a justificativa de obrigar uma audiência de supostos representantes da construção civil com o Executivo, um grupo de manifestantes promoveu a invasão do local com violência e tentou encerrar aos socos e pontapés uma entrevista coletiva.
A Prefeitura da Capital reitera que está aberta ao diálogo com todas as entidades ou representações sindicais, tendo inclusive recebido o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) na semana passada e o fará quantas vezes forem necessárias, desde que o respeito às normas de boa convivência ocorra.
Lamentavelmente, observamos, mais uma vez, que pessoas com interesses diversos se infiltraram na manifestação para provocar tumulto.
A Prefeitura registra ainda seu repúdio diante de atitudes ofensivas aos servidores públicos, que em seu estrito dever de cumprir o ordenamento social e evitar as aglomerações que ensejam riscos à contaminação pela Covid-19 tentaram conter a multidão.
Apelamos para o bom senso da categoria, lembrando que não será através de ofensas ou ameaças a servidores públicos que teremos avanço no diálogo.
Reiteramos nosso compromisso de cuidar das pessoas, preservando a vida e os direitos mais elementares, desde que sejam buscadas com respeito às normas legais e ao ordenamento jurídico nacional.