O Sindicato dos Comérciarios da Grande João Pessoa está sendo acusado de perseguir sindicalizados para manutenção da atual diretoria da entidade.
A conduta anti-sindical é reclamada pelo ex-diretor do sindicato, Antônio Carlos, que garante ter sido escanteado da gestão e ter a “cabeça pedida” na empresa onde trabalhava, ao cobrar transparência da presidência do Sindicato dos Comerciários, do qual fazia parte como diretor. Outra denúncia de Antônio Carlos é que o atual presidente do Sinecom, Rogério Braz exerce o cargo, mas, quem manda é João de Deus, Presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio da Paraíba e Rio Grande do Norte. “Rogério Braz é um fantoche de João de Deus, pois há 24 anos esse homem manda no sindicato dos comerciários de João Pessoa”, disse.
A queixa de perseguição também é compartilhada por um funcionário de uma loja de calçados instalada no centro de João Pessoa. De acordo com o trabalhador, que não quer se identificar por medo de represália, ele recebeu a visita de membros do Sindicato dos Comerciários em seu local de trabalho e agora teme perder o emprego, uma vez ter informado que não votaria na CHAPA 1.
O funcionário ainda revelou que após sua declaração, foi avisado por um sindicalista que, depois uma conversa, o gerente da loja iria fazê-lo mudar de opinião. Momentos após o aviso, os representantes da entidade tiveram uma longa reunião com o gerente do referido estabelecimento.
Dois outros trabalhadores sindicalizados também confirmam terem sido ameaçados de dispensa do trabalho após participarem de reunião com representantes da chapa oposicionista que disputa o comando do Sindicato dos Comerciários na Grande João Pessoa. Conforme relataram, eles nunca haviam enfrentado problemas – profissionais ou de outra ordem – que justificassem ameaça de dispensa de seus respectivos empregos.
O ex-dirigente sindical, Antônio Carlos, lembra que sindicatos recebem recursos através de um imposto, a Contribuição Sindical, e que eles existem para exercer atribuições de interesse público. Portanto, para ele, condutas como as registradas ultimamente afastam os trabalhadores de participação da vida associativa sindical, fulminando a confiança da coletividade nas instituições. “O sindicato da categoria deveria proteger os trabalhadores”, observou.