Integrantes do PT e de movimentos de esquerda já discutem internamente os possíveis efeitos políticos de uma melhora da economia em 2020. Alguns recomendam cuidado com o discurso de que tudo vai mal, pois há risco de se perder o lastro. A percepção é que o resultado positivo do PIB no terceiro trimestre, divulgado semana passada, e a chegada do 13º salário ajudaram a construir um ambiente que contribuiu para estancar a reprovação de Jair Bolsonaro, como mostrou o Datafolha.
A reprovação ao governo oscilou de 38%, em agosto, para 36% agora, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, segundo o Datafolha. Já a expectativa de que a economia vai melhorar foi de 40% para 43%.
Na avaliação de um destacado petista, ainda que não haja uma melhora vertiginosa da economia, não é útil torcer pelo pior cenário, pois uma frustração pode se voltar contra toda a classe política. O convencimento, diz ele, deve se dar pela oferta de uma melhor opção, não pelo fracasso do governo.
A saída de Lula da prisão, no início de novembro, também pode ter sido um dos ingredientes que deram alento a Bolsonaro neste Datafolha. Na visão de um petista, ainda é grande a aversão ao ex-presidente e ao PT.
A análise é da coluna Painel da Folha de São Paulo