Mais de três mil tablets adquiridos no ano passado e financiados pelo Ministério da Educação e Cultura no atual governo se encontram armazenados em um galpão no Distrito Industrial de João Pessoa. Este é apenas um dos problemas detectados por auditores da Controladoria Geral do Estado em relação aos equipamentos.
O governo adquiriu 61.643 tablets para alunos e professores do ensino médio no valor de R$ 28,5 milhões. Desse total, 5.243 equipamentos são objeto de ação disponibilizada e financiada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação/MEC, que não estabeleceu metas ou qualquer projeto educacional.
O que era para ser uma ferramenta didática dos estudantes e professores virou um instrumento sem utilidade nas escolas, que receberam os tablets distribuídos pela Secretaria de Educação do governo estadual. A ausência na infraestrura da rede de acesso a internet para o uso do equipamento em sala de aula não contribuiu no ensino e perdeu a finalidade durante todo ano letivo de 2013 e 2014.
Uma auditoria realizada pela Controladoria Geral do Estado constatou que em 100% das escolas inspecionadas, nenhuma possuía o sinal da internet nas salas de aula, algo essencial, para que os equipamentos funcionassem a contento como auxiliar nas atividades didáticas envolvendo as disciplinas, trabalhos, tarefas e pesquisas da classe estudantil e do magistério.
Nada menos que 78% dos alunos que receberam o equipamento perderam o interesse e não o utilizam por conta da deficiência do sinal quando encontrado em poucas escolas e 75% dos professores confirmaram não ter conhecimento de realização de projetos pedagógicos com o uso do tablet nas escolas.
Falta de planejamento
No relatório, ficou evidenciado que o governo não fez um planejamento para a distribuição dos tablets nas escolas e também não houve a devida capacitação de uma equipe responsável pelas atividades nos procedimentos, nem critérios para determinar quantitativo dos tablets nas escolas. Em 100% das escolas visitadas foi verificado o excesso de distribuição de equipamentos em relação ao quantitativo de alunos existentes.
Os auditores recomendaram que fosse providenciado um levantamento das escolas que necessitam de melhorias em relação à infraestrutura de rede para o acesso a internet necessária ao uso do tablet, bem como, que sejam criadas condições para o acesso à internet sem fio nas escolas.
BG