Sinceramente, me respondam: qual o saldo dessa reunião de Cássio com Veneziano, além do fato de Cássio aparecer como samaritano para aliviar seu karma político?
Nenhum, dirão uns, os primeiros passos de uma aproximação política, dirão outros. É claro que o objetivo de uma sede para AACD é nobre, mas o buraco é mais embaixo.
Aquele background que Cássio escolheu para conceder a entrevista à imprensa dentro do gabinete é o que ficou de saldo e é enigmático. Lá estava o pai de Veneziano e Vitalzinho, o inesquecível advogado Vital do Rego.
Cássio mandou um recado para Ricardo e para o povo de Campina: vez em quando os contrários se juntam sob uma bandeira. Esse é o seu foco para se mostrar acima do bem e do mal, maior que todos, em um patamar superior.
E qual será a bandeira? A de que Campina precisa se unir para avançar, em essência o mesmo argumento que ele usa para se manter numa aliança com Ricardo Coutinho: juntos pela Paraíba.
Anotem aí: Cássio usará esta tese de união pelo bem de todos para justificar também para Ricardo uma aliança com Veneziano para eleger Diogo.
Cássio preparou a morfina para evitar a ira do governador; Cássio massageou o ego de Veneziano e Vitalzinho ao invocar Vitalzão como aval metafísico.
E, pensando bem, faz sentido. Sejamos pragmáticos! Até os maranhistas desejam a reabilitação de Cássio para fazer contraponto a hegemonia de Ricardo.
União dos contrários está na pauta do dia.
Em tempo: quem fez circular esse adesivo de Diogo aí abaixo talvez sem querer provoque a inelegibilidade do rapaz. Que sina.