O deputado federal mais votado no estado de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), afirmou, durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nessa segunda-feira (3), que antipetistas que antes apostavam em outras candidaturas anteciparam migração de votos para Jair Bolsonaro (PL).
A antecipação dos votos, porém, não abre margem para que o atual presidente ganhe as eleições. Boulos acredita que com a derrota de Bolsonaro, as investigações de corrupção e outras imoralidades hoje jogadas para debaixo do tapete sejam um caminho para condenações e até prisões.
Ele enfatizou que o fato de outros ex-candidatos a presidente e lideranças políticas mais ao centro ou próximos do mercado financeiro declararem apoio a Lula no primeiro turno não significa futuras concessões. “Lula não vai vencer a eleição com a agenda da Faria Lima”, disse, referindo-se ao reduto geográfico paulista onde se concentram bancos de investimento e operadores do mundo especulativo. “A agenda de Lula é a da mudança.”
Os próximos dias
O futuro deputado federal avalia que a campanha de Bolsonaro “vai tocar o terror” nas próximas semanas. “Não acredito em Bolsonaro paz e amor”, diz. Mas que esse objetivo de promover intimidação para tentar fragilizar a campanha de Lula não irá prosperar. “O Brasil não tem 51 milhões de fascistas”, afirma.
Ainda durante a entrevista, Boulos afirmou que, a presença de bolsonaristas “raiz” no Congresso não é maior do que a do campo progressista. “Não é preciso voto de bolsonarista para se aprovarem projetos sociais.” Concluiu.