Portaria editada pelo governo Bolsonaro em maio de 2020 mostra que milhões do chamado orçamento de guerra para socorrer o setor do turismo durante a pandemia foram usados para erguer o museu de futebol do Flamengo, que será inaugurado no ano que vem.
Os recursos públicos, no valor total de R$ 5 bilhões, deveriam ser utilizados exclusivamente para impedir recuperações judiciais e falências no setor durante a crise sanitária. Normas impostas pelo Tribunal de Contas da União determinaram que os valores sejam direcionados especialmente para pequenas e médias empresas.
A construção do museu da Gávea foi anunciada no mês passado pelo Flamengo, ao custo de R$ 18 milhões. Desse total, R$ 3,7 milhões foram emprestados pela Agerio, que foi contemplada com R$ 67 milhões dos recursos emergenciais do governo para o setor do Turismo.
A operação de crédito foi feita pela Agerio com a Mude Brasil, empresa que construirá o museu em parceria com o clube. Trata-se do mais vultoso empréstimo concedido pela agência em meio à pandemia.