O presidente Jair Bolsonaro não perdeu a oportunidade de atacar Renan Calheiros (MDB-AL), durante viagem ao Estado natal do senador, Alagoas. Insultos como “picareta” e “vagabundo” foram proferidos chefe do Executivo Nacional.
Com uma plateia que aplaudia suas palavras, Bolsonaro declarou que há “vagabundo inquirindo as pessoas” na CPI da Pandemia. Ele também considera “um crime” o que está acontecendo na comissão.
“Sempre tem alguém picareta, vagabundo, querendo atrapalhar o trabalho daqueles que produzem. Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem no nosso país. É um crime o que vem acontecendo com essa CPI”, disse o presidente, que continuou a discursar. “O recado que eu tenho para esse indivíduo: se quer fazer um show tentando me derrubar, não fará. Somente Deus me retira daquela cadeira”, completou.
Bolsonaro não citou o nome do senador, mas na quarta-feira (12), enquanto o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, prestava depoimento na CPI, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente e que não é membro da comissão, foi à sala da CPI e chamou Renan de “vagabundo” ao criticar a ameaça do senador de mandar prender Wajngarten por mentir ao colegiado.
Bolsonaro publicou em suas redes sociais o vídeo do xingamento de Flávio, lembrando que Renan é investigado em seis inquéritos.
Em Alagoas, em meio ao discurso do presidente e seus ministros, apoiadores gritaram, por diversas vezes “Renan vagabundo”, enquanto Jair Bolsonaro sorria.
Em Brasília, o relator da CPI comentou as provocações do presidente.
“Eu quero dizer às famílias dessas vítimas, aos mais de 15 milhões de sequelados da Covid no Brasil que, haja o que houver, intimidação todos os dias, não haverá problema. Hoje mesmo o presidente da República foi a Alagoas inaugurar obras estaduais –não é?–, numa evidente provocação a esta Comissão Parlamentar de Inquérito. A resposta a essas ofensas é aprofundar a investigação”, disse Renan.
Mais tarde, o senador voltou a comentar que Bolsonaro foi a Alagoas inaugurar obras já inauguradas –no caso, um viaduto em Maceió que já havia sido inaugurado pelo governador do Estado, Renan Filho (MDB), filho do senador, em dezembro de 2020– e provocá-lo. A fala de Renan foi respondida pela tropa de choque no governo, especialmente Ciro Nogueira (PP-PI), e levou a uma suspensão temporária da sessão.
IstoÉ