Me lembro que na época da ditadura o primeiro dia de maio era motivo de festa lá em Cruz das Armas, onde a resistência se misturava às festividades puxadas pela igreja católica no Dia do Trabalhador. Adolescente e militante da Libelu, a corrente estudantil da OSI, eu ia pra lá com gosto de gás gritar no meio da multidão o “abaixo a ditadura”.
Além do Estádio da Graça, palco de tantos clássicos, o primeiro de maio era o meu vínculo com aquele bairro popular e populoso, pois morava em Jaguaribe e o máximo que eu chegava era até a Praça Bela Vista, pois estudava no Duque de Caxias.
Tinha amigos em Cruz das Armas, onde depois servi no 15RI, mas nunca desconfiei que no bairro do Teatro Juteca tinha um João a circular.
De sobrenome Azevedo, João é de Cruz das Armas, e hoje governa os paraibanos com aquela simplicidade que todo João traz no mapa astral. Afinal, ninguém é João por acaso e a religiosidade de um bairro devoto botou mais um João no mundo.
Não um João qualquer, mas um João teimoso, daqueles que faz na vida tudo do jeito mais difícil só para inverter a lógica. Ou vocês acreditavam que um João ninguém chegaria ao mais alto posto da Paraíba?
Mas chegou e chegou guiado pelo destino, predestinado, pagando missão, pulando fogueiras como todo João que presta.
Hoje é o aniversário de João, o governador, mas quem ganhou o presente antecipado fomos nós os paraibanos que tivemos a sorte de ter um João a frente do nosso destino num ano pra esquecer.
Feliz aniversário, João!
Dércio Alcântara