A candidatura do ex-prefeito de Campina Grande à sucessão estadual em 2014 incomoda tanto o PSDB quanto o PSB e faz tremer os alicerces do Palácio da Redenção, segundo avaliação da jornalista Lena Guimarães.
Em sua coluna no jornal Correio da Paraíba desta segunda-feira (6), Lena diz que Veneziano Vital do Rego passou de vidraças a pedras.
Leia na íntegra a coluna de Lena Guimarães
Pedras e vidraças
Ao entregar a Prefeitura de Campina Grande aos seus maiores adversários, Veneziano Vital do Rêgo não pode fugir da incômoda posição de alvo fácil dos que assumem o poder depois de período longo na oposição. Como nome mais citado para candidato do PMDB a governador do Estado em 2014, também ficou na mira dos futuros concorrentes, interessados em dificultar essa caminhada. Quatro meses após viver dias sob intenso ataque, ele conseguiu reverter o quadro, e agora incomoda tanto o PSDB como PSB.
No dia 2 de janeiro, o prefeito Romero Rodrigues e o governador Ricardo Coutinho assinaram convênio para limpar o lixo de Campina e tapar buracos na cidade. O tucano falava em dívidas e outros problemas de gestão que desgastavam Veneziano, mas engasgou-se quando acusou a administração anterior de só ter ladrões. Diante da enorme repercussão, recuou, pediu desculpas e deu moral ao que seria o início da recuperação do antecessor.
Enquanto esperava os 100 dias de carência para críticas à nova gestão, Veneziano, respaldado pelo irmão senador e pela mãe deputada federal (Vital do Rego e Nilda Gondim), iniciou périplo pelo Estado, escolhendo municípios estratégicos e com emissoras de rádio bem posicionadas, para divulgar suas idéias e propósitos para o Governo do Estado. E faz isso apontando os pontos fracos do governador Ricardo Coutinho, seu principal adversário, a quem acusa de ter prometido inovação e de não está entregando nem os serviços básicos que criticou no passado. Refere-se principalmente a Saúde, Educação e Segurança.
Embora esteja comprometido com uma forte agenda estadual, Veneziano não esquece Campina, pois é exemplo que ilustrará sua forma de gerir a coisa pública. E tem ajuda. A deputada Nilda Gondim, por exemplo, foi quem assumiu a denúncia do retorno do apadrinhamento político na Prefeitura de Campina. Acusa Romero Rodrigues de já ter contratado 600 servidores sem concurso para a Educação.
Nilda Gondim disse que ao receber a prefeitura, o filho encontrou 9.500 servidores, sendo que 5.000 não eram concursados. Oito anos depois, entregou com 9.600 servidores – apenas 100 a mais -, sendo 450 comissionados. “Veneziano fez mais de 10 concursos, contratou pessoas qualificadas, de forma ética e legal, Agora Campina vive essa fase de retrocesso”, ataca, lamentando que a meritocracia tenha dado lugar ao apadrinhamento político.
O cenário mudou para Veneziano: de vidraça, passou a pedra.
Lena Guimarães – Jornal Correio da Paraíba