A violência é extremamente democrática e isso ninguém pode negar. Ela amanhece e anoitece feito uma roleta russa que, a cada seis balas do tambor, uma é deflagrada.
Até um dia desses eu ainda recorria as estatísticas para quantificar os homicídios e da última vez que publiquei eram mais de 600, mas agora já nem conto mais, pois são tantas vidas tombando que transformá-las em números seria um desrespeito a chacina.
Assaltos a bancos com grande aparato, explosões de caixas eletrônicos, descuidistas atacando nos lugares movimentados, sequestros e pequenos furtos para saciar o vício do crack.
As escolas públicas viraram área de grande risco para professores e alunos, na praia tem arrastão e no sinal tem trombadinhas e trombadões.
Apesar de João Pessoa não ser uma cidade cercada por favelas, a violência aqui é alimentada pela falência das políticas públicas e ausência do estado no cinturão de miséria.
Ao invés de bater de frente com a bandidagem, dificultando sua atuação, o governador RC preferiu perseguir o cidadão com blitz para arrecadar com emplacamentos e multas da Lei Seca.
Parei de contar quantos já foram assassinados, assaltados, estuprados e seqüestrados esse ano, mas sei que os dados estão acima da média de todos os anos anteriores.
Enquanto isso, governo e bandidos batem nossas carteiras.