Sabe aquela coisa de pobre correndo é ladrão e rico correndo é atleta? Aplica-se perfeitamente e infelizmente na morte do policial militar Laurentino, um cabo que foi socorrer uma garçonete e levou dois balaços.
Um herói anônimo que não teve direito a sobrevoou do helicóptero da corporação, bravatas do secretário de Segurança, do comandante da PM e nem, muito menos, gafes do governador, mas caiu de pé enfrentando o que os citados não tem coragem de enfrentar.
Laurentino não estava em serviço como estava Ulisses, dirão uns. Laurentino era um simples cabo e Ulisses um oficial, dirão outros.
Tão herói quanto Ulisses, Laurentino não estava oficialmente em serviço, mas viu na cena perigosa o dever lhe chamando e cumpriu sua sina ao morrer defendendo a sociedade, o cidadão. E policial com sangue no olho é policial todo tempo.
Ulisses e Laurentino foram duas baixas recentes que se associaram a outras nesta guerra que a policia tá perdendo feio contra a bandidagem. Um impactou por ser oficial e jovem; o outro não mereceu as mesmas honras de quem afunda na lama mantendo uma política de Segurança Pública frouxa, mas fecha o firo e joga contra a parede o governador Ricardo Coutinho, aquele que chamou para si a responsabilidade quando num vídeo gravado para o guia eleitoral disse com todas as letras que acabaria com a violência em pouco tempo e que a sociedade cobrasse isso dele.
Que molesta esse senhor que veio da Receita Federal para a Polícia Federal – quando houve um alinhamento de funções e de expert em crimes fiscais virou o responsável pela nossa segurança – tem de tão grave contra o governador para se manter no cargo contra tudo e todos?
Laurentino desceu ao túmulo anônimo, cercado apenas da família e dos amigos verdadeiros. Poderia está agora em casa, mas encarou o que esse governo frouxo e covarde não tem competência nem raça para partir pra cima.
Do baixo clero da tropa, apenas um cabo, Laurentino foi enterrado quase as escondidas, pois os responsáveis pela política de Segurança Pública, a saber RC e Cláudio Lima, enfiaram a cabeça em um buraco qualquer da Granja Santana, como se emas fossem. Amarelaram.
Ulisses e Laurentino entram para a galeria de heróis da briosa Polícia Militar, onde o meu avô paterno José Aprígio de Lima foi maestro e fundador da banda, num tempo em que polícia fazia bandido tremer só com a sirene das baratinhas.
Hoje o que vemos é a tropa acuada, mal paga, desestimulada pelo simples motivo de que quem impõe o ritmo é o líder e se o líder é fraco o liderado fraqueja.
Um governo fraco fortalece os bandidos e hoje só um segmento quer Cláudio Lima cuidando da Segurança Pública: os meliantes.