O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mesmo após a realização de concurso e de diversos processos seletivos, segue tendo dificuldades com a falta de pessoal. Somado à recusa da população em responder ao questionário e atrasos nas pesquisas, o Censo 2022 foi prorrogado até dezembro deste ano.
Parte do atraso se deve à falta de pessoal, especialmente os recenseadores.
De acordo com o balanço divulgado no último dia 3 de outubro foram recenseadas 104.445.750 pessoas, em 36.567.808 domicílios no país. Os dados são do período do início da operação, no dia 1º de agosto, até o dia 2 de outubro.
Deste total, 42% estavam na Região Sudeste, 27% no Nordeste, 14,3% no Sul, 8,9% no Norte e 7,8% no Centro-Oeste. Até o momento, 48% da população recenseada eram homens e 52% eram mulheres.
Saída dos recenseadores
Nesses dois meses de atividade do Censo, o Instituto recebeu muitas reclamações de trabalhadores temporários em relação ao atraso nos pagamentos. Em coletiva realizada no dia 30 de agosto, o IBGE falou sobre o processo e explicou como tem sido feito o pagamento dos recenseadores – cargo com o maior número de queixas sobre o salário.
Segundo a autarquia, é possível que, durante o treinamento, o processo de pagamento dos recenseadores tenha sido mal explicado. De acordo com o Instituto, quando um recenseador termina o seu setor censitário e envia o processo para análise do supervisor, essa avaliação pode levar de três a dez dias corridos. Desta forma, todo o processo de pagamento pode levar mais de 15 dias no total. Com o intuito de reduzir esse processo, o IBGE começou a implementar o pagamento parcial.
Com a avaliação concluída e sem pendências do setor, o processo é enviado para o setor de Recursos Humanos, que tem cinco dias úteis para aprovar e liberar o pagamento na conta deste recenseador.
Falta de pessoal
O Instituto segue com dificuldades em relação à falta de recenseadores em determinados locais. Em todo o país, o IBGE conta com 95.448 temporários em ação, 52,2% do total de vagas para o cargo disponíveis. O estado com maior déficit de recenseadores é o Mato Grosso, com 36,8% do número de vagas ocupadas. Já Sergipe está com 68,8% dos postos ocupados.
O Instituto estuda convocar mais colaboradores para continuar o trabalho do Censo 2022 em todo o país.
Após concurso, IBGE trabalha em MP e melhor remuneração
Ainda segundo o IBGE, existe uma tentativa de melhorar a remuneração dos recenseadores. Em paralelo, o Instituto trabalha com uma Medida Provisória (MP), que deve ampliar o perfil dos contratados, incluindo, por exemplo, professores e funcionários públicos. O intuito é evitar o atraso na divulgação dos dados no último dia do ano.