Começo esse artigo perguntando: qual deveria ser a postura de um candidato que vai a um debate liderando as pesquisas? E eu mesmo respondo: seguro, sereno e propositivo.
Mas não foi isso que vimos hoje no debate da TV Correio, onde o governador Ricardo Coutinho entrou e saiu de cara fechada, intranqüilo e levou, já na primeira pergunta, o debate para o campo do onde do pescoço pra baixo é canela, cedendo ao adversário Cássio o viés propositivo,
E porquê, se deveria tá surfando lépido e fagueiro na pesquisa do IBOPE que lhe apontou com uma folgada liderança de 6 pontos, mais de 100 mil votos?
Por um motivo muito simples. Ricardo sabe que a realidade não é exatamente essa, que o IBOPE não merece confiança e que os resultados da pesquisas IPESP, totalmente inverso, e o recuo da 6Sigma ontem, não recomendam uma postura tranqüila.
Se a orientação para o estilo tenso e bandeirosamente agressivo foi do marqueteiro Ruy França, ele errou e colocou uma carapuça na cabeça do seu cliente, respaldando a suspeita de que Ricardo não virou o pleito, como anunciado.
Ao iniciar na ofensiva hoje o debate o governador pode ter perdido a chance de, ao menos psicologicamente no imaginário popular, assumir a liderança do pleito na reta final da campanha.
Tenho certeza que os correligionários do governador concordam comigo. Nem sempre a melhor defesa é o ataque.
Cássio estava melhor, mas não ganhou o debate. Ricardo perdeu pra ele mesmo.