O primeiro-vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), demonstrou seu descontentamento com a edição da Medida Provisória (MP) que reonera 17 setores da economia. Aliado de primeira hora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele foi o o relator da prorrogação da desoneração da folha de pagamentos até 2027 no Senado e afirmou que o governo federal errou em enviar esse assunto numa medida provisória.
Em declaração ao Correio Braziliense, Veneziano disse que o governo Lula deveria ter optado por um projeto de lei, afirmando ainda que a forma escolhida gerou um “mal-estar” entre colegas da base com quem conversa.
Na semana passada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), referiu-se à MP como uma “estranheza”, que analisará o texto e sinalizou que pode devolver a medida ao Executivo.
Segundo Vital do Rêgo, ao conversar com senadores aliados, constatou que o sentimento é o de descontentamento. “Evidentemente, tenho falado com alguns companheiros, inclusive, no nosso grupo, e é considerável a parcela que externou seu descontentamento. Há um descontentamento considerável.”
Para o vice-presidente do Senado, o governo deveria ter dialogado antes do envio da MP. “Eu, pessoalmente, que sou da base, acho que o governo deveria ter conversado antes. Fui relator da matéria, que passou com folga nas duas Casas. Por larga vantagem. Só depois que o governo reagiu, com os vetos (de Lula), que derrubamos. É uma questão também de respeito ao Congresso. Poderia ter encaminhado um projeto, em vez da MP”, completou. Ele lembrou que uma MP já impõe, porque tem vigência imediata. “Isso cria complicadores para qualquer um desses setores da economia. A base, não falei com o pessoal do PT, demonstrou esse mal-estar. A matéria foi debatida exaustivamente no Congresso”, frisou.
Redação com Correio Braziliense