Os deputados Janduhy Carneiro e Aníso Maia pediram que a Assembléia Legislativa abra uma CPI para investigar o possível uso da máquina da Prefeitura de João Pessoa na campanha eleitoral de 2010, além da quebra de sigilos bancário e fiscal de pelo menos seis ex-auxiliares do atual governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), quando era prefeito da Capital.
Os parlamentares estão tentando convencer os deputados presentes à sessão especial realizada para discutir o “escândalo” da compra dos livros e tornado público através da revista Época.
Ja o empresário Daniel Gonçalves, um dos principais envolvidos no escândalo, disse que os secretários Ariane Sá, Ricardo Madruga, Alexandre Urquisa, Edvaldo Rosas, Livânia Farias e Coriolano Coutinho, irmão do ex-prefito, teriam participado do processo de empenho e pagamento de R$ 2,3 milhões a Pietro Harley. O dinheiro seria da aquisição de livros à New Life, empresa de Daniel.
Entenda o Caso
O empresário, Daniel Cosme Guimarães Gonçalves, que se tornou conhecido pela mídia após a publicação de um vídeo onde fez denúncias gravíssimas, publicadas na revista Época, envolvendo o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), no suposto “desvio” (como afirma o empresário) “de recursos para o caixa dois da campanha” do socialista, deu sequencia as acusações contra a gestão no estado e disse que documentos exibidos na imprensa, onde aparece sua assinatura são falsos. “A procuração pública em meu nome, apresenta na imprensa, é falsa e estou solicitando exame grafotécnico em Brasília”. E completou: “Não tenho firma reconhecida no cartório de onde saiu a procuração exibida pela imprensa”.
Outro fato questionado pelo empresário foram os motivos que levariam a prefeitura de João Pessoa, à época governada por Ricardo Coutinho, a ter uma conta em Santa Luzia para movimentação de recursos do Fundeb. “Eu pergunto ao senhores, porque uma prefeitura como a de João Pessoa, teria uma conta do FUNDEB em Santa Luzia”, questionou. E foi ainda mais longe, ao lembrar que um primo do vice-governador é gerente da agência onde o cheque foi sacado. “Existiu sim a facilitação deste pagamento ilegal por parte do gerente da agência de Taperoá, o qual fiquei sabendo que é irmão do vice-governador, Rômulo Gouveia. Este desfecho foi criminoso!”. E prosseguiu: “Tudo foi sacado Às vésperas das eleições e foram feitas transferências, que podem comprovar a existência de um Caixa Dois”.
Além de fazer acusações contra Alexandre Urquiza, Edvaldo Rosas e nomes que já foram citados, Daniel disse que o secretário de comunicação, Nonato Bandeira seria uma espécie de consultor do homem que operaria todo esquema de “corrupção”, Pietro Harley. “O senhor secretário de Comunicação, Nonato Bandeira, é consultou de Pietro”. E emendou: “Pietro vive andando com o irmão do governador, Corilano Coutinho. Existe um esquema de desvio de verba comandado operado por Pietro Harley na prefeitura de João Pessoa e no governo da Paraíba”.
Em um dos momentos mais descontraídos do depoimento, Daniel fez uma provocação ao prefeito de João pessoa, Luciano Agra, que disse que a briga de Daniel e Pietro seria uma “briga de comadres”. “Não é briga de comadres, não! Meu gênero é masculino e continua sendo. Se ele (Luciano Agra) tem crise de identidade o problema é dele”, arrematou.