O deputado federal Marcelo Freixo assegurou a necessidade de investigações sobre as denúncias de desvios de recursos na Saúde do Rio de Janeiro, bem como a ligação de tais irregularidades com o governador Wilson Witzel. Todavia, o parlamentar condenou as interferências do presidente Jair Bolsonaro nas investigações.
“As denúncias sobre desvios na saúde no RJ são graves e precisam ser investigadas, assim como a suposta relação c/ Witzel. Mas o fato é que Bolsonaro está intervindo na PF e que o presidente do STJ, que autorizou a ação, é muito próximo a ele. A PF não pode virar polícia política”, pontuou o parlamentar em uma publicação no twitter.
Bolsonaro se desentendeu seriamento com o seu ministro mais popular, Sergio Moro, justamente por causa da coordenação da PF no Rio. O motivo: Moro não queria que o presidente interferisse nas investigações em andamento. E foi o que acabou acontecendo.
Repito as palavras do deputado Freixo: a crítica em questão não tem nada a ver com a veracidade ou seriedade das investigações – que se investigue e se prendam os culpados -, mas sim da utilização da maior entidade policial do país como máquina política.
Aqui na Paraíba, por exemplo, demorou, mas as falcatruas de Ricardo Coutinho vieram à tona. Todas as investigações têm seu tempo. O que não pode é usar a PF como forma de coibir críticas de adversários.
“Mas se os adversários forem criminosos?”, vocês me perguntam. Mas aí eu também lanço uma questão: e se os filhos de Bolsonaro também forem criminosos? A resposta é a mesma. Todos os criminosos devem ser acusados, processados e presos. Mas será que Bolsonaro vai se empenhar em prender o próprio filho como está se empenhando em prender seus opositores? A bandeira anticorrupção é, de fato, para todos? Fica aí o último questionamento.
Por Marayane Ribeiro