A presidenta da API enviou nota à imprensa para falar, mias uma vez, sobre as críticas que vem recebendo de membros da imprensa, desde que assumiu a Associação Paraibana de Imprensa.
Leia abaixo o desabafo da nobre colega jornalista, Marcela Sitônio:
Os dois lados da moeda
 Assumi a presidência da Associação Paraibana de Imprensa (API) no dia 02 de
 setembro de 2009, quebrando um tabu de 66 anos.  Até então, nenhuma mulher
 esteve à frente da entidade.  Minha vitória contribuiu para o empoderamento de
 mais uma mulher, embora nunca tenha feito cavalo de batalha com a minha condição
 feminina. A API poderia estar bem dirigida por um negro, um homossexual, um
 hétero, o que credencia uma pessoa, não é o gênero, a raça, nem sua orientação
 sexual, mas a história de luta.
 Em quase dois anos de mandato, venho tentando resgatar a credibilidade de uma
 entidade que já teve papel decisivo na construção da Democracia. Na época da
 ditadura militar foi invadida e nem por isso, seus dirigentes se renderam à
 força do poder tirânico, pelo contrário, resistiram bravamente. Meu compromisso
 é, no presente, honrar o passado.
 Antes de chegar à presidência da API, nunca militei em movimentos sociais,
 feminista, estudantil. Minha luta foi sempre contra mim mesmo, para não me
 deixar vencer pela vaidade, pela sedução do poder, pelo dinheiro fácil que chega
 através das negociatas sujas e para me livrar do alvo dos inimigos declarados e
 ocultos que tentam sugar nossas forças, fazendo acreditar que somos fracas e que
 podemos ser vencidas pela sordidez e maledicências. É assim que consigo ficar
 blindada e resistir.
 Mesmo sem uma participação popular que deveria ter sido mais ativa, minha visão
 de mundo, que parece ser individualista, não se distanciou do coletivo. Sempre
 reneguei injustiças sociais e quando decidi conquistar um lugar ao sol, não foi
 encostando-me à sombra dos outros.
Agora estou presidenta da API, vivendo uma nova fase de experiências ricas,
 provando do veneno dos incautos e o antídoto dos mais cautelosos em seus
 julgamentos. Ao me posicionar, tenho a clareza dos interesses que movem as
 cobranças, mas não me deixo levar pelo maniqueísmo de quem é do bem e quem é do
 mal. “Existem três verdades, a minha, a sua e a dos outros”.  As críticas e os
 elogios são aceitos com a mesma tranqüilidade que rege minha consciência. Não
 deixarei de me pronunciar em defesa da categoria e da liberdade de imprensa
 sempre que achar necessário.
Quando nos posicionamos, contrariamos interesses explícitos e implícitos. Cresci
 vendo meu pai tomar decisões de magistrado. Quando absolvia um réu, era
 festejado pela parte interessada, quando condenava, era praguejado. As
 manifestações que tenho recebido favoráveis ou contra minha gestão são imbuídas,
 ora pela admiração, respeito e amizade, ora pela inveja, ressentimentos, mágoas
 passadas, ódio e paixões políticas. Tudo isso faz parte da condição humana.
“O buraco não é mais embaixo”, é aqui mesmo na API.
Marcela Sitônio.
 
			 
		    

