O Ministério Público da Paraíba (MPPB) apresentou a terceira denúncia no âmbito da Operação Indignus, que investiga fraudes e desvios no Hospital Padre Zé, localizado em João Pessoa. Dessa vez, o ex-diretor da entidade, Padre Egídio de Carvalho, e Samuel Segundo, ex-funcionário da unidade, são acusados de desviar dezenas de aparelhos celulares que tinham sido doados pela Receita Federal à instituição.
De acordo com a denúncia do MPPB, as caixas com os itens foram levadas para o hospital e, posteriormente, a carga teria desaparecido. Conforme o órgão, os desvios “resultaram em danos financeiros significativos para entidades de cunho social e humanitário, afetando negativamente serviços essenciais destinados à população em situação de vulnerabilidade”.
Inicialmente, uma investigação conduzida pela Polícia Civil, por meio da Operação Pai dos Pobres, apontou que Egídio e Samuel foram até o Foz do Iguaçu, no Paraná, buscar o material, que foi conduzido até João Pessoa. As 15 caixas com a carga foram levadas para a sede do hospital, contudo, após um período, 12 caixas foram encontradas esvaziadas.
“Estranhamente as caixas vazias/esvaziadas foram descartadas imediatamente, sem que houvesse a comunicação às autoridades competentes acerca do delito ocorrido”, acrescentou o MPPB.
Segundo os investigadores, mais de 670 produtos foram subtraídos, o que contabiliza um desfalque superior a R$ 500 mil. O Gaeco concluiu que alguém com acesso à sala foi o responsável pelo desvio.
O furto foi denunciado pelo próprio Egídio de Carvalho, dando origem a investigação que mira desvios de R$ 140 milhões. O Ministério Público pede a condenação de Egídio e Samuel, além do pagamento de R$ 525 mil em danos morais e R$ 1 milhão em danos morais coletivos.