O triunvirato, grupo que tem como integrantes os deputados Cabo Gilberto e Walber Virgolino, além de Nilvan Ferreira, todos, à época, do PL, parece estar com os dias contados. A aliança, que tinha como principal objetivo ir contra a pré-candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga (PL) à Prefeitura de João Pessoa, pode estar se desfazendo após recente declaração do comunicador, que não negou a possibilidade de se aliar a Cícero Lucena (PP), atual prefeito da Capital e pré-candidato à reeleição.
Nilvan, em entrevista à rádio Arapuan nessa terça-feira (12), acusou Queiroga de ter contribuído para a inviabilização de sua candidatura a prefeito de João Pessoa. Ele, que agora é pré-candidato ao cargo de prefeito de Santa Rita, afirmou que a atitude do ex-ministro da Saúde é imperdoável, inviabilizando seu diálogo com o médico sobre as eleições na Capital paraibana.
“Ele foi uma das pessoas que contribuíram para o PL fechar as portas para minha candidatura na Capital”, disparou Ferreira, afirmando ainda que Marcelo teria participado da articulação liderada pelo presidente do PL na Paraíba, o deputado federal Wellington Roberto, que resultou em sua exclusão da disputa pessoense.
Ao mesmo tempo que negou diálogo com o pré-candidato do PL, Nilvan Ferreira abriu as portas para uma aproximação com Cícero, destacando que o prefeito de João Pessoa é próximo de Hugo Motta, presidente do Republicanos no Estado, partido para o qual o comunicador irá migrar nos próximos dias. “Não podemos negar que o prefeito Cícero tem uma boa relação com o nosso partido”, disse.
Contudo, a declaração de Nilvan não foi bem recebida pelo seu colega Walber, que já disse ser “um só corpo” com Ferreira. O deputado estadual criticou o aceno do radialista ao prefeito pessoense, pontuando que “amigo de Cícero é seu inimigo”.
“Nilvan só faltou fazer o L e declarar apoio a Cícero e João Azevêdo […] quando ele diz que não vai tomar partido em João Pessoa e não vai apoiar Queiroga, ele está dizendo que vai apoiar Cícero. Amigo de Cícero é meu inimigo”, lamentou Virgolino, apontando ainda que Ferreira estaria menosprezando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Não gostei também do posicionamento dele com relação a Bolsonaro, ele dizendo que eleição não pode nacionalizar. Pode sim, eleição é nacional. Quando ele se candidatou a governador, ele está achando que os 20 mil votos que ele teve lá em Santa Rita são só dele? Bolsonaro não teve ajuda nenhuma?”, questionou Walber Virgolino.
A outra ponta do triunvirato, o deputado Cabo Gilberto, esteve reunido na última semana com Marcelo Queiroga e Jair Bolsonaro, pautando a união completa da direita em torno de uma candidatura majoritária única em João Pessoa.