O diretor do Complexo Hospitalar de Mangabeira (CHM), Alexandre Cesar da Cruz, denunciou que médicos e outros profissionais que trabalham na unidade de saúde estariam extorquindo pacientes para a realização de tratamento particular, que custaria em média R$ 4 mil.
Alexandre explica que, há cerca de um ano e meio, diversos servidores do hospital, conhecido como “Trauminha”, estariam “ofertando” o serviço, argumentando que um procedimento, como cirurgia, poderia demorar, induzindo a população a buscar atendimento privado, principalmente em cirurgias. O diretor informou que cerca de 20 trabalhadores envolvidos na prática foram identificados e exonerados.
“Esclareço que todo mundo tem direito a cirurgia e se alguém fizer isso de pagar [a cirurgia], estará ajudando ainda mais os criminosos. São bandidos que se aproveitam da angústia de um paciente, mentindo, dizendo que não tem material. Imagina a situação de fragilidade, você esperando uma cirurgia e diz que ela vai demorar dois meses porque não tem material? Ou seja, mentindo para extorquir”, declarou Alexandre em entrevista à Rádio POP FM.
Na oportunidade, o diretor relatou o caso de um paciente de Guarabira, que pediu alta na última sexta-feira (04), apesar de ter a previsão da operação para esta segunda (07).
“Fui nele na sexta-feira e estava assinando a alta por vontade própria. Eu disse que a cirurgia seria na segunda, mas ele disse que lhe prometeram uma cirurgia amanhã [sábado]. Ele falou que ia pagar R$ 4 mil, pedi para ele me dizer qual era o médico, mas ele não disse. Isso não é certo. É um crime. Ficar assediando você num momento de fraqueza. Eu disse, sua cirurgia vai ser na segunda-feira, mas ele disse que estava juntando recursos com uns amigos para fazer de forma particular”, revelou.
Alexandre Cesar denunciou o fato para o Ministério Público da Paraíba e à Polícia Civil, para que seja feita uma investigação.
Nesta segunda-feira (07), o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, repudiou a extorsão feita por médicos e servidores do Complexo Hospitalar de Mangabeira. Para ele, a atitude é desumana e deve ser apurada pela polícia.
“Alexandre, com os seus esforços, tem feito com que o Trauminha cumpra o seu papel e ele tem consigo avançar nisso. Porém, tem encontrado algumas resistências. Como ele já disse, tomou as providências que precisam ser tomadas. Isso pra mim é um caso desumano e de Polícia”, avaliou Cícero em entrevista ao Portal MaisPB.
Redação com MaisPB