O Ministério Público da Paraíba (MPPB) instaurou um procedimento para investigar a possível prática de crime de racismo cometido por Adriana Borba, que é catarinense e noiva do jogador do Botafogo da Paraíba, Léo Campos.
Em seu perfil no Instagram, Adriana publicou vídeos em que criticava e ironizava o modo de falar, os costumes e o jeito de andar do povo paraibano. Ela disse que acha o sotaque “fofo, mas chega uma hora que irrita”.
“A gente vai sozinho no mercado e não tem com quem rir, nem com quem debochar”, comentou a mulher, que ainda imitou o sotaque e afirmou estar irritada com o arrastar dos pés dos pessoenses.
A promotora de Justiça Liana Carvalho, do Núcleo de Gênero, Diversidade e Igualdade Racial (Gedir/MPPB) será responsável pela investigação no MPPB, justificando a decisão de instaurar o procedimento com a Lei 7.716/1989, que trata do crime de racismo a determinado grupo ou coletividade.
“A xenofobia, como parece ser o caso, é tratada por lei como racismo e processada como tal. Vamos instaurar procedimento e estudar como será a atribuição, se o caso ficará no MPPB ou se irá para o Ministério Público Federal”, ponderou a promotora.
Após a repercussão negativa do vídeo, Adriana Borba e Léo Campos gravaram um vídeo para pedir desculpas. Ela relatou que se tratava de uma “brincadeira”. “Às vezes a gente brinca, comediantes brincam, mas peço desculpas, não tiro a razão de vocês”, disse ela. Já o jogador do Botafogo-PB argumentou que o vídeo feito pela esposa foi “uma brincadeira sem maldade nenhuma”.