Em entrevista à Folha, Bolsonaro repetiu que prevê mais facilidade na relação com o Congresso Nacional, em particular com o Senado. Disse que as suas prioridades, caso reeleito e com um legislativo mais favorável, serão a redução da maioridade penal e a proposta de regularização fundiária – que acabou indo para a gaveta na Câmara.
Ele se recusou a responder perguntas sobre a sua avaliação da lisura do primeiro turno das eleições. Disse apenas que o assunto “está nas mãos” do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, e que portanto ele não pretende se pronunciar, até obter mais informações.
“As informações que eu tenho são que, em qualquer sistema informatizado, você nunca vai ter uma garantia 100% de confiabilidade. O ideal, que eu tenho ouvido falar, deixa para o futuro, é nós voltarmos o voto impresso, mas deixo bem claro: deixa para o futuro isso daí”, disse.
O mandatário também disse que, após a proibição do TSE de gravar lives no Palácio da Alvorada, ele tem feito as transmissões a partir da residência do assessor especial capitão Sérgio Cordeiro, na região do Grande Colorado, no entorno de Brasília.
Bolsonaro esteve no endereço na noite de domingo, para um evento particular.
Interferência no STF
Na última sexta-feira (7), o presidente também tratou do STF durante almoço com jornalistas. Na ocasião, disse que já chegou até ele um projeto para incluir mais cinco magistrados na corte, passando de 11 para 16, e afirmou que a discussão ficará para depois da eleição.
No mesmo dia, Hamilton Mourão, que é vice-presidente e senador eleito pelo Republicanos-RS, propôs várias reformas no STF, com mudanças no número de magistrados, fixação de mandatos e limitações às decisões monocráticas.
“Olha, o que eu deixo muito claro, e vejo hoje, é que a nossa Suprema Corte tem invadido contumazmente aquilo que são atribuições do Poder Executivo, do Poder Legislativo e, algumas vezes, rasgando aquilo que é o processo legal”, afirmou Mourão em entrevista à GloboNews.