A pesquisa Datafolha divulgada nessa quinta-feira (23) mostra um cenário estável na corrida pela sucessão presidencial. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a disputa e está com 19 pontos de vantagem sobre o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), marcando 47% das intenções de voto no primeiro turno.
Já Bolsonaro alcançou 28%, 20 pontos à frente do terceiro colocado, Ciro Gomes (PDT), que tem 8%. Já os outros dez pré-candidatos estão tecnicamente empatados e não conseguem superar a marca de 2% das intenções de voto. A partir desta sexta (24), faltarão apenas 100 dias para as eleições de outubro.
Considerando os votos válidos, Lula tem 53% contra 32% de Bolsonaro e 10% de Ciro. Para ser eleito em primeiro turno, é necessário que o candidato some 50% dos votos válidos mais um.
A Justiça Eleitoral utiliza a métrica dos votos válidos, que excluem, no cômputo geral, os brancos e nulos, para considerar o vencedor do pleito, que tem o primeiro turno marcado para o dia 2 de outubro. Já o segundo deve acontecer no dia 30 do mesmo mês.
O Datafolha ouviu 2.556 eleitores em 181 cidades nos dias 22 e 23 de junho. A margem de erro da pesquisa, contratada pela Folha e registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 09088/2022, é de dois pontos para mais ou menos.
O cenário registrado é semelhante ao da pesquisa passada, realizada em 25 e 26 de maio, apesar da agudização da crise econômica e política envolvendo o governo federal.
Os pesquisadores do Datafolha foram a campo no mesmo dia em que emergiu a notícia de que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro havia sido preso, na quarta (22).
Aliado por quem Bolsonaro disse colocar “a cara no fogo”, ele protagoniza a apuração de um escândalo de corrupção, cujo combate é um dos pontos do discurso presidencial.
Primeiro turno:
Lula (PT): 47%
Bolsonaro (PL): 28%
Ciro Gomes (PDT): 8%
André Janones (Avante): 2%
Simone Tebet (MDB): 1%
Pablo Marçal (Pros): 1%
Vera Lúcia (PSTU): 1%
Brancos/nulos/nenhum: 7%
Não sabem: 4%
Felipe d’Avila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP), Eymael (Democracia Cristã), Luciano Bivar (União Brasil) e General Santos Cruz (Podemos) não pontuaram.
Já na pesquisa espontânea, quando o nome do candidato é citado pelo entrevistado, Lula marcou 37%, ante 38% há menos de um mês. Bolsonaro saltou de 22% para 25% e Ciro marcou 3%. O total de quem não sabe ainda em quem votará ficou estável também, saindo de 29% para 27%.
Do ponto de vista de perfil do eleitorado, as tendências se mantiveram. Lula segue soberano no Nordeste, segunda região mais populosa com 27% de quem vai às urnas, onde derrota Bolsonaro por 58% a 19%.
Tem grande vantagem entre os mais jovens (54% a 24%), menos escolarizados (56% a 22%) e, principalmente, entre os mais pobres.
Nesse grupo, de quem ganha até dois salários mínimos e que compõe 52% da amostra populacional do Datafolha, Lula também vence o presidente por 56% a 22%, evidenciando a falta de alcance eleitoral até aqui de medidas do governo como o Auxílio Brasil.
No segmento evangélico (26% da população), Bolsonaro ampliou um pouco a vantagem e deixou o empate técnico, no limite, com Lula.
Não se sabe qual será o impacto no grupo do escândalo no MEC envolvendo Ribeiro, que é pastor, e outros religiosos. O presidente tem entre eles 40% (eram 39% em maio), ante 35% de Lula (eram 36%)
Bolsonaro vai melhor do que sua média entre os homens (36%, ante 44% de Lula) e entre aqueles que ganham mais: tem 44% no grupo com renda mensal de 5 a 10 mínimos e 47% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos. Esses dois segmentos, contudo, somam 11% da população.
O presidente também mantém uma fortaleza no Centro-Oeste, região com 7% da população onde tem 40% de intenções de voto. No populoso Sudeste, lar de 42% dos brasileiros, Lula tem 43% e Bolsonaro, 29%,
Refletindo a crise, o petista tem grande liderança entre os desempregados (9% da amostra): 62%. Empresários, 4% dos ouvidos, dão uma intenção ao presidente de 43%.
Com informações da Folha de S. Paulo