Desconfie dos cabelos longos, se alguém deixou crescer de uns dias pra cá. Do mesmo jeito olhe de forma enviesada para alguém que insiste em dizer que é diferenciado, pois é igual
Quando se auto-proclamam honestos pode correr atrás que vai encontrar rastros de desonestidade no caminho.
Quando dizem dessa água eu não beberei, pode abrir a geladeira pois quem acabou de falar deixou garrafas por encher.
Que motivação leva alguém a sustentar uma posição, a não ser o encobrir ou despistar para longe o olho que tudo escaneia?
Quem diz que não usa as mordomias do poder é justamente quem mais usa, mas precisa camuflar fingindo ser o cordeiro imaculado, quando na verdade é o lobo do lobo do homem.
É o crente que aponta pecados na vizinhança para esconder suas próprias diabruras cotidianas.
É o ladrão que chama os outros de ladrão para que ninguém atribua a si os furtos do aqui e acolá.
Quando, enfim, um político diz eu não sou isso ou não sou aquilo, pode ter a mais absoluta certeza que é as duas coisas que aponta nos adversários.
Duas coisas devemos evitar: julgar os outros e se auto-inocentar.
Dércio Alcântara