O médico infectologista Fernando Chagas demonstrou preocupação com o significativo aumento de casos de síndromes gripais registrados nos últimos dias na Grande João Pessoa. Segundo ele, a alta demanda não é diferente do acontecido em estados vizinhos como Pernambuco, que vem sofrendo com uma explosão de casos.
Entretanto, Chagas salienta que a maioria dos registros em solo paraibano são de casos leves, com pacientes apresentando sintomas como dor no corpo e febre. Embora a situação esteja controlada na Capital, o infectologista teme que as populações com saúde frágil sejam infectadas pelo H3N2 e desenvolvam a forma grave da gripe.
“Quando a gente diz casos leves são casos que não tem indicação de internação. Porém a gente se preocupa com populações que ao serem expostas a esse vírus podem sofrer uma forma grave”, disse, se referindo aos idosos, principalmente acima dos 65 anos de idade, pessoas com comorbidades, com doença no fígado, coração, nos rins, além de gestantes, puérperas e crianças abaixo dos cinco anos.
Fernando Chagas destaca que, apesar da forma grave da gripe provocada pelo vírus H3N2 não seja comum, é importante manter os cuidados sanitários para impedir que a doença se propague por toda a Paraíba. “É hora de proteção. Vamos orientar a população no sentido de nem todo quadro necessita de atendimento em urgências”, comentou.
O médico explica que o alto número de atendimentos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no último fim de semana teve como uma de suas razões o fato das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estarem fechadas em decorrência das festividades de fim de ano. Ele pede ainda que os cidadãos procurem atendimentos nos setores de urgência quando apresentarem sintomas agravados da gripe, ou quando pessoas com saúde delicada sejam acometidas pela infecção viral.
“O quantitativo de profissionais acabou sendo pouco para a grande demanda de pessoas necessitando de atendimento. Qual a orientação? Você está com quadro leve? Pode tomar analgésicos que já usa, hidratação, evita anti-inflamatório, não toma anti-inflamatório e muito menos antibiótico, já que antibiótico é para doenças bacterianas, não virais. E se os sintomas ficaram muitos fortes, aí sim, você pode buscar uma Unidade Básica de Saúde ou, se ficar intenso demais, a urgência. Mas a urgência de fato deve ser orientada à pessoas que estão com risco, por exemplo idosos, crianças que por sinal venham a ter falta de ar, que é o grande medo, o acometimento pulmonar”, finalizou.
Ouça a declaração completa de Fernando Chagas: