Integrantes da sociedade civil organizada e representantes de órgãos públicos conheceram, nesta quarta-feira, 29, as medidas de reestruturação do SAE (Serviço de Assistência Especializada – Materno Infantil) do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB), vinculado à Rede Ebserh.
O serviço é referência na Paraíba para HIV (vírus da imunodeficiência humana, na sigla em inglês), aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) no acompanhamento de mulheres gestantes, parceiros, crianças expostas e crianças infectadas. Conforme dados do HULW, entre junho e setembro de 2021, foi registrado o acompanhamento de 52 gestantes com HIV no SAE. No mesmo período, o serviço registrou o atendimento a 68 crianças expostas ao HIV, sendo 85% de João Pessoa.
Nesta quarta-feira, também foi apresentada à comunidade a nova estrutura de gestão do SAE, que tem agora uma nova supervisora técnica: a médica infectologista Benalva Medeiros. Ela ficará responsável por conduzir a reestruturação do setor, juntamente com a infectologista Luciana Holmes, chefe da Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias (Udip), a qual o SAE é vinculado, e a enfermeira Fabrícia Bustorff, que atuará na coordenação da Enfermagem do serviço.
“Essa reestruturação não passa apenas pela mudança de coordenação. O serviço continua igual, mas nós temos o interesse de incrementar a qualidade do atendimento e de melhorar a infraestrutura física, mas principalmente definir o perfil, o papel do SAE”, declara José Eymard Medeiros, gerente de Atenção à Saúde do HULW.
Conforme o gestor, o SAE Materno Infantil se constitui em uma instituição de excelência em João Pessoa, mas que precisa estar integrado à rede de atendimento às pessoas que vivem/convivem com HIV. “Para isso, a gente precisa construir o fluxo de atendimento, junto com as outras instituições, as unidades de saúde, os outros SAEs da região metropolitana, o Hospital Clementino Fraga e com a gestão estadual e municipal”, diz.
Eymard Medeiros acrescentou que, a partir da reestruturação, a expectativa é que ocorra não só melhoria na qualidade do atendimento do serviço, mas também redefinição do público-alvo e ampliação da capacidade de assistência, para que os usuários possam ser mais bem atendidos e tenham assegurados o acolhimento e o atendimento em outras instituições da rede SUS, quando não precisarem mais do serviço no SAE.
Dentre os desafios estabelecidos no plano de reestruturação do SAE, estão: definir melhor o fluxo interno dos usuários do serviço; aprimorar os registros e a informatização dos dados; fortalecer as atividades em grupo com os usuários do serviço; intensificar o serviço de busca ativa dos casos de abandono; fortalecer articulação com os demais municípios do Estado no esforço conjunto de eliminar a transmissão vertical.
PARTICIPANTES APROVAM INICIATIVA
Para o secretário-executivo do Fórum de ONG Aids da Paraíba, Miro Araújo, o encontro promovido pelo HULW foi muito importante, não só para o próprio SAE como para o SUS como um todo. “A participação popular é extremamente importante nesse serviço, porque aí a gente consegue construir junto. Esse momento foi muito rico e a gente pôde dar nossa contribuição, discutir e tirar dúvidas. E isso é muito importante: construir um SUS para todos e todas”, afirma.
Quem também aprovou a iniciativa do Hospital Universitário foi a gerente Operacional das Condições Crônicas da Paraíba, Ivoneide Pereira, que também destacou a importância do Serviço de Assistência Especializada – Materno Infantil do HULW para o Estado, como um serviço que, há décadas, vem cuidando das gestantes, parturientes e crianças expostas ao HIV/aids.
“Fomos convidados a participar (do encontro) enquanto parceiros, para fortalecer essa linha de cuidado, para fortalecer e ampliar esse olhar para as mulheres, seus parceiros e, acima de tudo, às crianças expostas ao HIV. Vejo esse encontro como um momento muito positivo para a gente estar alinhando e potencializando esse cuidado”, ressaltou.