A Operação Select, que tem como objetivo investigar o sobrepreço na compra de testes para detecção da Covid-19, foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (09) pela Polícia Federal em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Federal e da Controladoria Geral da União.
Conforme as apurações, nove prefeituras teriam gastos cerca de R$ 3,4 milhões na compra de testes para detecção da Covid-19. Sem o superfaturamento, a economia seria de cerca de R$ 2,9 milhões, revelou Severino Queiroz, superintendente da Controladoria Geral da União da Paraíba (CGU-PB).
“Com o levantamento dos preços que elas (as empresas) praticaram, com relação ao que estava sendo praticado no mercado, nós verificamos que havia um sobrepreço de aproximadamente R$ 2,9 milhões. Uma compra feita por nove municípios que totalizava R$ 3,4 milhões e poderia ter sido economizado R$ 2,9 milhões”, disse em entrevista ao programa F5.
A investigação foi iniciada depois de uma denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF). Então, a CGU começou com o trabalho de levantamento de dados, chegando até uma empresa que antes da pandemia atuava no setor da construção. Em 2020, direcionou suas atividades também para o fornecimento de insumos para o tratamento da Covid-19.
De acordo com as investigações a mesma empresa, ou pessoas ligadas à entidade, encaminhava o material a todos os municípios envolvidos na operação.
“Começamos a investigar as aquisições de testes rápidos de Covid e identificamos uma empresa que tinha uma atividade econômica, que até então era do ramo de construção e, de repente essa empresa, com o surgimento da pandemia, incluiu em suas atividades o código para fornecimento de insumos voltados para a Covid-19. Então, começamos a ver as ramificações, onde e com quem essa empresa estava atuando e chegamos a alguns processos investigados, envolvimento nove prefeituras, onde foram pagos cerca de R$ 3,4 milhões”, explicou o superintendente.
Cerca de cinco empresas com sede em João Pessoa, Mamanguape e em outras cidades paraibanas, estão envolvidas no esquema. A ação desenvolvida hoje não acarretou em nenhuma prisão, apenas houve o cumprimento de 28 mandados de busca e apreensão em cerca de nove municípios.
Severino Queiroz esclareceu ainda que algumas prefeituras, como a de João Pessoa e Santa Rita, foram alvos dos mandados de busca e apreensão mas não estão sendo investigadas. As diligências querem descobrir onde está o dinheiro dos testes que supostamente foram superfaturados.
“A gente agora busca ver onde onde foi parar esse dinheiro, no bolso e na conta de quem, para que a gente possa fazer com que volte aos cofres públicos e o cidadão possa ter o seu direito a usufruir”, argumento o superintendente da CGU.