O deputado federal Julian Lemos considera um ato de cautela diante da recomendação do Ministério Público da Paraíba (MPPB) de que o Estado deve implementar câmeras individuais para que sejam utilizadas pelos policiais militares e civis durante abordagens e ações.
Como um dos parlamentares mais atuantes na área de segurança pública da Paraíba, Julian ressaltou que existem outras demandas mais urgentes e que requerem um olhar mais apurado do MPPB e demais órgãos do que o uso ou não de câmeras.
Durante entrevista ao jornal Band News Manaíra, o deputado argumentou: “Por que o MP não tenta corrigir a defasagem salarial já que na Paraíba a polícia tem o pior salário do Brasil? A câmera é só um detalhe”.
Ele continuou a entrevista afirmando que tem uma visão cautelosa em relação a isso. “Querem uma tecnologia de primeiro mundo no Brasil quando a conduta do cidadão é de rebeldia em relação à segurança pública. Há alguns tipos de operações policiais em que o sigilo é indispensável e não caberia o uso de câmeras. Por que não priorizar a aquisição de viaturas? Eu estou fazendo investimentos para trocar cerca de 80% das armas da polícia da Paraíba, que recebeu armas velhas doadas de São Paulo. Não sou contra as câmeras, mas se o Ministério Público chega e diz que tem que ser assim, não é para proteger o policial, mas sim para vigiá-lo”.
Na visão de Julian Lemos, é necessário endurecer as leis em relação aos bandidos, fazendo com que os criminosos sejam mais responsabilizados pelos seus atos, e afirma: “Sou entusiasta da modernização da polícia e tenho destinado os maiores recursos da história da polícia, mas temos que pensar em prioridades. Gostaria que antes de colocar câmeras nos policiais, colocássemos nos bandidos de tornozeleiras, que muitas vezes as arrancam a voltam a cometer crimes” disse.