Túlio Arnaud Tomaz, irmão de Tércio Arnaud Tomaz, assessor de Jair Bolsonaro e apontado como líder do ‘gabinete do ódio’ ligado ao presidente, tem um cargo comissionado na Prefeitura de Campina Grande. Em Janeiro de 2021 Túlio foi nomeado como assessor técnico jurídico da secretaria de Administração da gestão campinense.
Bruno Cunha Lima (PSD), prefeito do município, é um declarado apoiador de Bolsonaro. Em fevereiro, o presidente fez uma breve passagem pelo aeroporto da cidade e Cunha Lima foi ao seu encontro para tirar fotos, onde ambos aparecem sem máscaras. A atitude foi classificada como descompromisso com a vida por Geraldo Medeiros, secretário estadual de Saúde.
Túlio já havia sido nomeado para cargo em comissão em setembro de 2020, na gestão anterior da prefeitura, então comandada por Romero Rodrigues (PSD), de quem Cunha Lima fora chefe de gabinete.
Em sua passagem por Campina Grande em fevereiro, Bolsonaro disse que Romero era seu amigo de longa data, mora em seu coração e o apoia para o governo da Paraiba em 2022.
Tércio trabalhou no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e hoje ocupa o cargo de assessor especial da Presidência da República.
É apontado como líder do chamado gabinete do ódio, estrutura do Palácio do Planalto que seria usada para mensagens de difamação de qualquer um que tivesse antagonismos com o presidente. Antes disso, foi vinculado pelo Facebook à criação e administração de contas falsas para proferir ataques a opositores de Jair Bolsonaro.
Segundo relatório do Facebook de julho de 2020, Tércio e outros bolsonaristas próximos aos filhos do presidente usavam contas duplicadas e falsas para escapar de punições, criavam personagens fictícios fingindo ser repórteres e administravam páginas simulando ser veículos de mídia.
Também usavam perfis falsos que postavam em grupos não relacionados a política, como se fossem pessoas comuns criticando opositores de Bolsonaro e promovendo o presidente, de acordo com a empresa. Ele e sua irmã, Lígia Nara Arnaud Tomaz, tiveram seus sigilos quebrados pela CPI da Covid.
Folha de S. Paulo