O alagoano Aldo Rebelo foi durante boa parte da sua vida integrante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Foi como comunista que ele presidiu a Câmara dos Deputados, entre 2005 e 2007. Aldo sempre teve grande aproximação do meio militar e admiração pelas Forças Armadas brasileiras. Uma situação que o levou a ser ministro da Defesa entre 2015 e 2016.
A proximidade com o meio militar não diminuiu e é baseado nessa proximidade que o ex-ministro da Defesa afirma com convicção “Não tenho nenhum motivo para acreditar que as Forças Armadas brasileiras embarcariam em qualquer tipo de aventura antidemocrática”.
“Quando a sociedade enfrenta dificuldades, sempre vejo as Forças Armadas como parte da solução, não do problema”, afirma ele. “Infelizmente, os últimos episódios colocaram as Forças Armadas no limite entre ser a solução e o problema”, declara.
“Tudo isso é muito ruim para o país”, conclui Aldo. “Cava um fosso entre a expectativa das Forças Armadas como parte da solução dos nossos dilemas e parte do conflito”, considera. Para o ex-ministro da Defesa, tudo isso vai gerando um aumento do clima de tensão. Ataques provocam reações que também soam como ataques, que levam a outras reações. “Por outro lado, faz com que alguns reajam também ofendendo e agredindo as Forças Armadas, levando a um risco de fragilização. Ruim para as Forças Armadas, ruim para o Brasil. Evidentemente, ninguém pode achar que esse seja um caminho construtivo”.
No acompanhamento que segue fazendo, porém, da temperatura no meio militar, Aldo não acredita que esse clima leve ao risco de fazer com que os militares se associem a algum movimento de quebra da ordem institucional e democrática do país. A nova geração militar não teria o mesmo espírito golpista do grupo que tomou o poder em 1964. Trabalhou para alcançar maior relevância política pela via democrática. E muitos no meio militar mesmo consideram que não seguir nesse caminho poderia mesmo parecer uma demonstração de fracasso.
Com informações do Congresso em Foco.