O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu, em entrevista ao jornal O Globo neste domingo (2) que não tem o mesmo apoio de dois anos atrás. “Eu tinha uma fé um pouco ingênua de que tudo seria muito mais rápido e de que as transformações seriam muito mais profundas”, disse Guedes. E completou: “Estou tendo que lutar dez vezes mais do que eu pensei que fosse lutar”.
Apesar da diminuição no apoio, ele não pensa em desistir. “Eu tenho um senso de responsabilidade muito grande”, disse. O ministro apontou que o Congresso é pouco reformista, que as intervenções de atores políticos “arrefeceram os impulsos de transformação” – como as privatizações e a capitalização da Previdência, por exemplo – e disse que isso atenuou um pouco o entusiasmo inicial.
“Tanto o presidente quanto o Congresso e a mídia vieram com menos ímpeto na direção das transformações. Aí o trabalho tem que ser muito maior para um resultado menor. Talvez essa seja a experiência de todo mundo que já passou pelo governo um dia. Quem está de fora olhando acha que tudo é mais simples”, pontuou.
Até agora, Guedes tem falhado em algumas áreas de seu ministério: o país praticamente não cresceu nesses dois anos, houve um aumento significativo da dívida externa e vivemos com números cada vez maiores de desempregados. Mesmo assim, o ministro fez questão de ressaltar “conquistas” do governo na área econômica, como a Reforma da Previdência, redução da inflação e controle de gastos.