O atual prefeito de Cabedelo, Vitor Hugo, foi denunciado na recente fase da Operação Xeque-Mate pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público. Segundo o órgão, ele integrou a organização criminosa atuante no município e que vem sendo investigada há alguns anos, tendo participando de crimes como os de peculato. Conforme delação de Leto Viana, a escolha de Vitor para assumir a gestão da cidade não foi à toa; ele daria seguimento ao esquema delituoso.
O nome de Vitor Hugo foi indicado pois não figurou entre o rol de denunciados da 1ª fase da Operação Xeque-Mate. Como ele já havia participado do esquema envolvendo funcionários fantasmas na Câmara de Cabedelo, Leto foi influenciado a designá-lo para reorganizar o grupo e também assumir interinamente a chefia do poder político de Cabedelo. O plano foi bem sucedido pois, além de conquistar a gestão de forma provisória, Vitor venceu as eleições suplementares de 2019 e as eleições regulares de 2020 para a Prefeitura de Cabedelo.
De acordo com o relatado por Leto Viana ao Gaeco, em concordância com o Termo de Declarações datado de 7 de maio de 2019, Vitor Hugo recebia a quantia mensal de R$ 3 mil de suas próprias mãos. O dinheiro era proveniente dos desvios feitos no salário dos funcionários fantasmas. Ademais, quando foi eleito vereador, o recente prefeito recebeu R$ 20 mil para aderir à sua base de apoio na Câmara.
Levantamentos feitos pelo Ministério Público, apontam que Leto escolheu Vitor para assumir o comando da Prefeitura de Cabedelo “na tentativa de manter o modelo de negócios ilícitos implementado pelo grupo criminoso (dando-lhe uma ‘sobrevida’)”.
Quando Leto Viana foi preso, teve início uma articulação para que Vitor Hugo fosse eleito presidente da Câmara de Cabedelo, o que lhe daria a possibilidade de chegar ao cargo interino de prefeito.