O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, deve contrariar as determinações estaduais e divulgar um decreto próprio com medidas restritivas para frear o avanço da Covid-19 na cidade. Em entrevista à TV Cabo Branco, na manhã desta quarta-feira (10), o gestor afirmou que não adotará o toque de recolher, das 22h às 5h no município.
Bruno justificou que o decreto municipal será mais rígido do que o estadual em alguns pontos e mais flexível em outros. ”Toque de recolher eu considero uma excrescência. A nossa constituição só prevê toque de recolher se houver estado de sítio”, argumentou.
No documento a ser divulgado pelo prefeito campinense, não haverá a suspensão de celebrações religiosas com a presença de fiéis, já que o município reconheceu a atividade como essencial, podendo funcionar com público reduzido. Haverá ainda a redução da circulação de pessoas em shoppings e galerias, com 40% da capacidade total, entretanto não haverá redução do horário de funcionamento e nem fechamento aos finais de semana, como prevê a determinação estadual.
”O governador decidiu fechar serviços não essenciais durante os fins de semana, mas eu acho que todo trabalho que coloca comida na mesa do trabalhador é essencial”, ponderou.
O prefeito reduzirá o bares e restaurantes, que diferentemente do estabelecido pelo governo do Estado, está permitido funcionar até às 22h. No Comércio da cidade haverá escalonamento de horários, com serviços iniciando às 7h, outras às 8h e outras às 9h, tendo como objetivo diminuir a lotação de ônibus.
Nessa terça-feira (09), os Ministérios Públicos Federal, Estadual e do Trabalho assinaram documento recomendando à Prefeitura de Campina Grande para que siga as determinações estaduais, se abstendo de editar medidas menos restritivas do que as do decreto publicado pelo governador João Azevêdo.
O decreto municipal de Campina Grande deve ser divulgado nesta quinta-feira (11).