O governador de São Paulo, João Dória, anunciou nesta quarta-feira (03), que todo o estado de São Paulo voltará a fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo, por duas semanas a partir de sábado (06).
Neste estágio, apenas serviços essenciais ficam autorizados a funcionar, porém com capacidade reduzida. O propósito da ação é barrar o agravamento da pandemia no estado. Na terça-feira (02), São Paulo registrou 468 mortes pela doença e, nesta quarta (03), atingiu 75,3% da ocupação de UTI (unidades de tratamento intensivo) — dois recordes desde o início da pandemia.
Um dos principais pontos do debate sobre um possível fechamento, as escolas da rede estadual seguirão abertas para alunos que necessitarem de alimentação e suporte educacional, segundo o governo.
No caso das unidades de ensino municipais e particulares, poderão funcionar, desde que haja o respeito do limite legal de ocupação de 35%, a depender dos municípios e das empresas, com presença opcional dos estudantes.
As medidas serão válidas até 19 de março, com possibilidade de prorrogação. Essa é uma demanda antiga do Centro de Contingência do Coronavírus, que aconselha o governo em suas estratégias contra a pandemia.
No anúncio desta quarta-feira (03), o governo de São Paulo divulgou a abertura de mais 500 leitos para Covid-19, sendo 339 de UTI e 161 de enfermaria. Nas últimas duas semanas foram internados, em média, 93 pacientes com a doença por dia. Com o crescimento dos números após as festas de final de ano e pico pós-Carnaval, o estado tem mudado o tom e considerado medidas mais rígidas.
“As últimas 24 horas, a central de vagas recebeu 901 pedidos para internação em leitos de UTI. Na prática, isso quer dizer que São Paulo encaminhou um paciente de Covid-19 a cada 2 minutos em hospitais públicos ou privados. É o termômetro dessa tragédia”, diz João Doria, governador de São Paulo.
Uma das questões mais debatidas no estado —e no mundo, de maneira geral— é o impacto econômico que medidas restritivas levam aos pequenos negócios.
“A gente entende dificuldade que setores econômicos sofrem, mas tivemos que fazer opção pela vida. Porque hoje, com velocidade que temos na transmissão, não existe outra alternativa que não isolamento”, declarou João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência.
Na terça-feira, (02), Doria convocou uma reunião com prefeitos e o Centro de Contingência com a intenção de alertar os política sobre a gravidade da nova variante da covid-19, mais transmissível. Mas quem se surpreendeu mesmo foi o comitê de covid-19, que escutou relatos sobre faltas de leitos e colapsos em hospitais municipais de algumas cidades.
A preocupação aumentou e a pasta chegou a debater a ideia de, além de colocar o estado em fase vermelha, incluir um toque de recolher estadual a partir das 20h. Mas isso não foi confirmado.
UOL