O diretório estadual do PT enviou um documento à base de eleitores militantes ligados ao partido pedindo que não votem no candidato do MDB, alegando que a Capital paraibana e seu povo “não merecem o avanço do fascismo e do conservadorismo em seu meio”.
Apesar de declarar guerra à candidatura do radialista, a sigla petista disse, no entanto, que será oposição a qualquer dos candidatos durante o mandato, independentemente do resultado da eleição no segundo turno.
Confira o documento na íntegra:
Resolução sobre as Eleições 2020 na Paraíba
O processo eleitoral de 2020 foi atípico. O país vive umas das piores crises sanitárias e de saúde pública de sua história e o governo de Jair Bolsonaro não apresenta uma politica clara e concreta de enfrentamento a esse momento de crise. Por outro lado, o governo se sustenta única e exclusivamente graças a um auxilio emergencial que ele não queria implementar e que foi forçado a aceitar e aprovar em decorrência da ação da Oposição no Congresso Nacional.
Desta forma, a abstenção nas eleições de 15 de novembro foi a maior dos últimos 20 anos no Brasil. As pessoas, com razão, se sentem inseguras para sair de casa.
Compreendemos ser importante e fundamental para o PT avaliar o processo eleitoral de 2020, analisar a mensagem que emergiu das urnas e preparar o partido para as eleições de 2022, quando procuraremos eleger um Presidente da República e governadores do campo democrático-popular, bem como ampliar as nossas bancadas parlamentares na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional.
Neste sentido, convocamos o Diretório Estadual do PT da Paraíba para o próximo dia 05 de dezembro quando, juntos, avaliaremos pormenorizadamente o pleito eleitoral e estabeleceremos rumos e uma unidade politica para o futuro.
Sobre o segundo turno da eleição em João Pessoa, esta Executiva Estadual avalia como fundamental expressar a sua opinião e orientar nossa base filiada e militante em virtude do caráter fundamental que ela tem para a capital e seus reflexos no quadro político-eleitoral de todo o Estado.
Assim, considerando que:
a) O Governo Bolsonaro e seus apoiadores representam o que existe de mais retrógrado, atrasado e conservador na política brasileira nos últimos tempos no Brasil. Um governo de extrema-direita, forjado no ódio e na perseguição às minorias, no desprezo às classes trabalhadoras e ao povo pobre. Um governo intolerante, inepto e sem um projeto mínimo para o país;
b) No segundo turno das eleições de 2020 em João Pessoa, a candidatura de Nilvan Ferreira, do MDB, está enraizada nesse subprojeto de direita e conservador implantado no Brasil. Um candidato sem experiência politica e que se sustenta surfando na onda fascista que assola o país. João Pessoa não pode ser capturada por este subprojeto;
c) Como radialista e apresentador de programa de televisão, Nilvan Ferreira sempre fez questão de atacar a pauta dos Direitos Humanos, de desrespeitar as minorias e os movimentos sociais, de desprezar a democracia e defender o arbítrio. Ademais, como candidato a Prefeito, vem defendendo abertamente a militarização da gestão pública e das escolas municipais, os interesses dos grandes empresários do transporte publico em detrimento dos usuários, entre uma infinidade de outras propostas vazias e excludentes.
Por isso, orientamos a nossa base social e militante a votar contra Nilvan Ferreira nas eleições do segundo turno em João Pessoa, pois nossa capital e seu povo não merecem o avanço do fascismo e do conservadorismo em seu meio.
Ressaltamos, por fim, que seja qual for o resultado das eleições em João Pessoa, o PT e seu Vereador farão parte da oposição ao próximo Governo Municipal.
João Pessoa, 19/11/2020
Executiva Estadual do PT/PB
Ricardo Coutinho x Anísio Maia
Os diretórios de João Pessoa e nacional do PT se envolveram em uma grande polêmica, ao disputar a candidatura na Capital paraibana no primeiro tuno. A nacional queria apoiar o candidato do PSB, Ricardo Coutinho, porém a legenda na Capital queria candidatura própria, a de Anísio Maia. A direção nacional da legenda petista chegou até a desfazer a cerimônia que oficializou o nome de Maia para o pleito municipal.
Diante da polêmica, a Justiça Eleitoral decidiu que a direção nacional não poderia ter desfeito a chapa e deu ganho de causa para Anísio, que acabou sendo candidato, mas foi derrotado, obtendo apenas 1,49% dos votos totais, contra 10,68% de Ricardo Coutinho.