O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou nesta terça-feira que existe esperança de que uma vacina esteja pronta até o final do ano. “Vamos precisar de vacinas e há esperança de que até o final deste ano possamos ter uma. Há esperança”, disse. Sem dar detalhes, ele fez a declaração ao final da reunião de cúpula que tratou da reforma da OMS.
O consórcio internacional de vacinas trabalha com nove empresas para permitir que 2 bilhões de doses sejam distribuídas a partir de 2021. O projeto, porém, vive sérios problemas financeiros, já que governos insistem em fechar acordos bilaterais com empresas.
O tom de Tedros é radicalmente diferente de um alerta que ele lançou em meados do ano de que havia o risco de que uma vacina jamais fosse encontrada.
Com 35 milhões de casos e mais de 1 milhão de mortes na pandemia do novo coronavírus, a agência mantém um discurso público de que há ainda uma forma de barrar a covid-19 com medidas de distanciamento. Mas, nos bastidores, a direção da entidade estima que a falta de cooperação internacional e a contaminação política do debate vai impedir uma resposta que não passe por uma vacina.
Ontem, a OMS deixou claro que a pandemia continuava a ganhar força, com 2 milhões de novos casos por semana e a volta em certas regiões.
A declaração de otimismo coincide com a notícia de que o governo chinês começou a manter encontros com a OMS para permitir que uma vacina de Pequim receba uma chancela da entidade para um uso emergencial.
Dentro da agência, porém, o recado é de que medidas de segurança e garantias científicas não serão ignoradas apenas para garantir que haja um produto final.
UOL