O fortalecimento de uma candidatura para compor a chamada terceira via nas eleições presidenciais de 2022 já é uma hipótese descartada por banqueiros, gestores e empresários brasileiros. Representantes desses grupos falaram à Folha de S. Paulo, sob condição de anonimato, que na disputa entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), boa parte do grupo tem preferência pelo petista.
No grupo citado estão inclusos banqueiros, gestores de fundos de investimentos e líderes do agronegócio, comércio e indústria, que indicaram dois motivos para a “desistência” da terceira via. Em primeiro lugar, elegem as conturbadas prévias do PSDB, que escolheu João Doria como representante do partido para a corrida presidencial. Contudo, a expectativa do mercado era que o governador gaúcho Eduardo Leite saísse vencedor. Os pré-candidatos, que trocaram ofensas e acusações durante as prévias, causaram desgastes irreversíveis para a campanha de Doria, de acordo com os consultados.
Já o segundo motivo apontado pelos representantes é o lançamento da candidatura do ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (Podemos). O movimento foi considerado ‘precoce’ pelo grupo. Para eles, Moro desistirá antes do pleito e provavelmente buscará uma cadeira no Senado.
Lula é o mais preparado para resolver os problemas do País
O grupo também foi questionado sobre quem seria o melhor candidato para resolver os ‘estragos na Economia’. De acordo com os banqueiros consultados, o ex-presidente Lula ‘estaria mais apto para construir um time no Ministério da Economia capaz de consertar os estragos que Bolsonaro causou’.
Os representantes dos grupos disseram não concordar com políticos como o aumento de benefícios sociais, nem com direcionamentos ‘mais populistas’ em linhas de crédito que possivelmente serão adotadas com Lula. Apesar disso, avaliam que o retorno do ex-presidente ao Poder sinalizaria ao mercado financeiro um ‘compromisso de recuperação fiscal’, considerado positivo.
Entre o empresariado, o apoio a Lula estaria mais dividido, segundo o jornal. Tanto o setor produtivo quanto o agronegócio ainda se mantém ao lado de Bolsonaro, mas teriam sinalizado uma mudança de lado caso o segundo turno seja contra o petista.
Carta Capital