Uma pesquisa realizada pela EXAME/ IDEIA mostra que uma média de 38% dos eleitores que votaram no petista e no atual presidente se decepcionaram com a gestão de ambos e gostariam de ver um novo nome na próxima eleição à presidência em 2022. O estudo ouviu 1.000 pessoas entre os dias 10 e 11 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
De acordo com a professora de libras Mariana Costa Araújo, de 31 anos, moradora de Fortaleza, no Ceará, em 2022 seria ideal ver outro candidato que não fosse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nem o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido): “Eu me sinto encurralada. No atual momento não tem outro candidato que consiga rivalizar com o Bolsonaro, e eu não gostaria de votar em Lula. Não me sinto arrependida de ter votado no Fernando Haddad, em 2018, eu votei apenas para tentar evitar o Bolsonaro na presidência. Gostaria que fosse outro cenário. Nunca votei nulo ou branco. Por mais que doa na mente, tem de haver uma escolha”, afirma.
O fundador do IDEIA (instituto especializado em opinião pública), Maurício Moura, diz que há uma demanda generalizada por um novo nome na política nacional e que rivalize tanto com Bolsonaro quanto com Lula: “O mais curioso é que esse grupo dos ‘nem Lula nem Bolsonaro’ é mais concentrado na classe alta [43% das classes A e B ] e nas regiões Centro-Oeste (49%), Norte (47%), e Sudeste (41%), ou seja, é uma parcela relevante de votos no Brasil”, ressalta.
O gerente Gustavo Careaga, de 35 anos, morador de Cuiabá, no Mato Grosso, conclui que suas escolhas políticas sempre são feitas olhando as propostas dos candidatos, independente de partido. Em 2018 optou por João Amoedo (Novo), no primeiro turno, e por Bolsonaro, no segundo turno: “Não me arrependo do voto porque acredito que no momento era o certo a se fazer. O cenário político era um círculo vicioso. Na próxima eleição eu não vou anular, mas farei uma escolha. Eu gostaria de ter um candidato com pulso e que respeite as pessoas. Eles chegam no poder e mudam muito, sofrem muita influência interna e externa”, confirma.
Exame/ Ideia.
Foto: Paulo Whitaker e Rodolfo Buhrer/Reuters.