Durante entrevista concedida nesta terça-feira (13), o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB), declarou ser favorável a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, mas que ela deve se ater a investigar as omissões e inoperância do governo Jair Bolsonaro (sem partido).
“Os fatos existem para que as investigações possam ocorrer. Sou favorável, para que ela sirva tão somente para essas investigações. Mas, nós temos observado algumas situações e estratégias que possam levar a comissão ao nada. Nossa preocupação é, primeiro, como se dará a dinâmica com a comissão funcionando de maneira remota. Não é qualquer comissão, ela tem poderes para quebrar sigilos, requerer documentos volumosos e nós estamos trabalhando virtualmente. A secretaria-geral da Mesa posicionou-se para orientar o presidente a não concordar a CPI com aditamento das sugestões de Eduardo Girão, sobre governadores e prefeitos. Se ele vai seguir essa orientação ou não ainda não tenho a resposta”, disse em entrevista à Arapuan FM.
O senador criticou as tentativas de desviar o foco principal das investigações, como a ampliação da ação para governadores e prefeitos. Ele destaca que, como a proposta inicial desta CPI é averiguar possíveis irregularidades na condução do combate à pandemia pelo governo federal, novas CPIs podem ser abertas para avaliar gestões estaduais, para que não haja o atraso dessa.
“Os fatos existem. Sou favorável a Comissão Parlamentar de Inquérito para essa investigação específica. Esta será a orientação a ela. Mas já estamos observando as tentativas de mudanças do objetivo da mesma, nossa preocupação é que ela não se transforme em palco de espetacularização político”, pontuou.
Veneziano Vital questiona ainda se o atual momento permite a realização do trabalho da CPI, considerando a atuação omissa do governo e do Ministério da Saúde no enfrentamento à pandemia. “O ponto determinante foi exatamente para apurar suposta omissão do Governo Federal e do Ministério da Saúde, no tocante aos episódios que ceifaram diversas vidas em Manaus e tantos outros casos”, justificou, citando o colapso sanitário e hospitalar acontecido em Manaus.