O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa (Sintur-JP) manifestou-se contra a proposta de liberar as faixas exclusivas para ônibus para todos os tipos de veículos. A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP) suspendeu temporariamente a medida, em razão da greve dos motoristas, mas estuda tornar a decisão definitiva. Para o Sintur, a liberação dessas faixas representa um retrocesso e pode comprometer a eficiência do transporte público, afetando diretamente os usuários do sistema.
Em nota, o Sintur-JP afirmou que permitir o uso das faixas exclusivas por outros veículos prejudicaria a eficiência do transporte coletivo, essencial para o deslocamento diário de milhares de pessoas na cidade.
“Essa decisão desconsidera o papel estratégico das faixas preferenciais na agilização do serviço, reduzindo o tempo de deslocamento e incentivando o uso do transporte público como alternativa ao caos viário”, destacou Isaac Júnior, diretor do Sintur-JP.
O sindicato também aponta que a proposta vai de encontro às políticas de mobilidade sustentável, pois a prioridade para os ônibus é fundamental para reduzir o tráfego, diminuir o uso de veículos particulares, cortar a emissão de poluentes e garantir maior previsibilidade aos usuários do transporte coletivo.
A entidade também ressalta que, além dos impactos operacionais, a medida pode resultar em maior tempo de deslocamento para os passageiros, o que provavelmente causará insatisfação e aumentará o número de reclamações sobre o serviço.
“Na Av. Dom Pedro II, que possui 2,6 km de faixa preferencial no sentido centro/bairro, por exemplo, as sete linhas que lá circulam levam, em média, 8 minutos nesse trecho, a uma velocidade média de 19,5 km/h, perfazendo um total de 297 viagens por dia. Nesse período de liberação das faixas, o tempo de viagem no trecho aumentou para quase dez minutos e a velocidade média dos ônibus caiu para 15,6 km/h – um reflexo de 20%, aproximadamente. Ao final do dia, esses minutos a mais dentro dos ônibus, significa muito na vida dos trabalhadores, pois são eles os que estariam sendo diretamente penalizados com esse retrocesso de liberação das faixas preferenciais”, observou.
O Sintur-JP exigiu a revogação imediata da medida e a revalidação do compromisso com a prioridade ao transporte coletivo, alinhando-se às diretrizes nacionais e internacionais de mobilidade urbana.