Nesta segunda-feira (11), a Paraíba chegou aos 2.525 casos do novo coronavírus, e 139 óbitos, sendo João Pessoa, Santa Rita e Campina Grande as mais afetadas no Estado. Infelizmente, as simulações feitas pelo Comitê Científico do Consórcio Nordeste (CCCN) no combate ao novo coronavírus, mostram que ainda não chegamos ao pico do número diário de novos casos e de mortes, que deverá ser atingido no mês de junho.
Diante do crescimento rápido do número de casos da doença, que em duas semanas, mais que triplicou no Estado, o pesquisador do Departamento de Engenharia e Meio Ambiente do Centro de Ciências Aplicadas e Educação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Rafael Raimundo, alerta para adoção de medidas mais urgentes como: contratar médicos intensivistas, regular vagas em UTI e até mesmo o planejamento de lockdown (bloqueio total), seguindo as recomendações CCCN, do qual Raimundo participa.
O triplo de casos na Paraíba, conforme o professor, revela que há um relaxamento da população no que diz respeito às medidas de proteção. “Estávamos com números mais estáveis em relação a outros estados do Nordeste. No entanto, em duas semanas, o número de municípios com casos de Covid-19 no estado mais que triplicou. As pessoas estão relaxando o isolamento social e precisam entender que é uma posição estratégica e científica para melhoria da saúde de todos”.
Para o pesquisador, é um momento muito crítico. “É necessário reforçar a conscientização para seguir as medidas recomendadas pelas organizações de saúde pública em relação ao isolamento social. Daqui a três ou quatro semanas, se não adotarem essas medidas, o número de casos vai acelerar e haverá um colapso gigante no sistema de saúde”, adverte.
De acordo com Raimundo, as cidades do interior possuem um quantitativo reduzido de leitos para tratamento de saúde se comparadas com municípios mais centrais e “a capacidade de atendimento será mais reduzida do que, por exemplo, cidades como João Pessoa e Campina Grande”. Segundo ele, “agora é a hora de darmos uma guinada em relação a essa situação e conscientizar-se dos cuidados para que não haja um crescimento exacerbado de casos ao mesmo tempo em todos os municípios”.
Nesse sentido, ele enfatiza a importância de evitar “uma catástrofe humanitária sem precedentes na história do Brasil” e a necessidade de conscientização para ampliar o distanciamento social.