Os senadores devem decidir, na próxima semana, pela prorrogação (ou não) da CPI da Covid, que tem prazo para ser encerrada – até agosto. Além disso, outro requerimento que deve ser votado: o da convocação do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara, para depor na comissão parlamentar de inquérito.
Na sexta-feira (25), em depoimento à CPI da Covid , o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que Ricardo Barros foi quem pressionou o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo pela assinatura do contrato supostamente irregular pela importação da Covaxin.
Miranda disse, ainda, que Bolsonaro sabia do caso, e disse que “isso é coisa do Ricardo Barros”. “O presidente entendeu a gravidade. Olhando nos meus olhos, ele falou: ‘Isso é grave’. Não me recordo do nome do parlamentar, mas ele até citou um nome para mim, dizendo: ‘Isso é coisa de fulano’”, disse Miranda que, mais tarde, afirmou que o parlamentar era Barros.
Nas redes sociais neste domingo (27), o deputado divulgou uma nota em que se defendeu das acusações: “Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. Não sou esse parlamentar citado. A investigação provará isso. Também não é verdade que eu tenha indicado a servidora Regina Célia como informou o senador Randolfe. Não tenho relação com esse fatos”, disse. E continuou: “Fica evidente que não há dados concretos ou mesmo acusações objetivas, inclusive pelas entrevistas dadas no fim de semana pelos próprios irmãos Miranda”.
Mesmo com as acusações, Ricardo Barros deve continuar no Planalto
Apesar de Barros ter entrado no centro da investigação da CPI da Covid, integrantes do Palácio do Planalto afirmam que, por enquanto, ele deve permanecer no cargo.
A avaliação do governo é que o depoimento do deputado Luis Miranda eleva a pressão sobre o Palácio do Planalto com o avanço da CPI, porém, ainda não foram apresentadas provas contundentes para afastar o parlamentar da função.
Ricardo Barros é responsável pela condução da pauta prioritária de Bolsonaro na Câmara. Partidos de oposição querem se unir ao centrão para tentar barrar as votações na Casa até que a denúncia que envolve o deputado em supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin seja esclarecida.