Desde o primeiro caso de Covid-19 no país, em fevereiro do ano passado, o Ministério da Saúde já gastou mais de 56 bilhões de reais no combate à pandemia. Volume que poderia ser bem menor se não existissem fraudes e subornos no fechamento dos contratos revelados pela CPI da Covid nas últimas semanas.
Graças à legislação que permitiu a dispensa de licitação para a compra de bens, serviços e insumos, o ministério fechou grandes contratos para a compra de itens como vacinas, ventiladores pulmonares, seringas, máscaras e testes para Covid.
A negociação para a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin envolve denúncias de propina e superfaturamento, por causa da atuação de atravessadores interessados em lucrar com altíssimas comissões e de políticos de olho no dinheiro do suborno.
CPI da Covid
Entre tantas polêmicas e declarações, o que chama a atenção é um dos contratos questionados que ainda não entrou na mira da CPI e foi firmado com a empresa Life Technologies Brasil no valor de 133 milhões de reais. O documento previa a entrega de 10 milhões de kits para a realização de testes de Covid.
Outro contrato milionário cercado de questionamentos foi fechado com a empresa Global Base Development HK Limited, sediada em Hong Kong. O negócio previa a entrega de 240 milhões de máscaras de proteção, ao custo total de 132 milhões de dólares. Cada equipamento custou, em média 55 centavos de dólar, o equivalente a 2,90 reais, em cotação da época do acerto.