Batendo todos os recordes de visitação turística e vivendo o seu melhor momento como queridinha do trade nacional, João Pessoa é uma cidade abençoada por Deus e bonita por natureza.
Cantada em verso e prosa como paraíso pela escola de samba Dragões da Real, o sonho de consumo do turismo pós pandemia é um bolo que precisa de uma cereja para se consolidar como destino turístico.
Sou daqueles que não se contenta com uma taxa de ocupação hoteleira na casa dos quase 100% e quero mais hotéis erguidos na orla gerando emprego e renda.
E essa cereja não tenho dúvida de que será a engorda da praia, projeto corajoso de um cidadão que nunca teve medo de mexer em vespeiro e acabou com o Lixão do Róger, e criou o aterro sanitário metropolitano numa época em que o tema era a vanguarda da vanguarda e nem o Ministério Público priorizava tanto o assunto.
Cícero Lucena poderia ter focado no cosmético por garantir mais votos do quê cuidar do lixo, mas teve a coragem e determinação de erradicar o que causava doenças ao invés de pintar meio fio.
Agora o destino lhe reserva uma outra decisão corajosa. Fazer do que já é belo ainda mais belo, mudando radicalmente o urbanismo e espaços de contemplação na orla nobre da capital.
A engorda da praia, da barreira do Cabo Branco ao Caribessa, vai valorizar esse patrimônio coletivo, garantindo para o pessoense a otimização do que, mais do que paixão, é amor.
Ir pra calçadinha a noite é tradição e prática familiar, ter melhores condições no trânsito através da terceira faixa é respeitar cada um de nós que ama aquele espaço coletivo.
Copacabana foi otimizada com aterro, Iracema também. Cabe fazer do que a natureza entregou de presente algo ainda melhor para usufruto de quem mora aqui e de quem nos visita.
E cabe mais uma vez a Cícero executar o que é ululantemente óbvio. Gorda ou magra é uma decisão estética com múltiplos benefícios e, nesse caso, engordar nossa orla é o politicamente correto.
Dércio Alcântara