O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) anunciou nesta quarta-feira (05) que irá apoiar o governador João Azevêdo (PSB) no segundo turno das eleições. Apesar da adesão, o partido garantiu que continuará fazendo oposição no Estado.
Em nota, o PSOL ainda teceu críticas ao candidato do PSDB ao governo, Pedro Cunha Lima, que disputa a segunda parte do pleito com João, afirmando que o tucano é uma “representação direta das oligarquias” e que ele é um apoiador de Bolsonaro por votar a favor “de suas propostas antipovo”.
O PSOL lançou candidatura própria ao Governo da Paraíba neste ano, com Adjany Simplício, que obteve 9.567 votos no pleito. A nível nacional, a sigla apoia Lula (PT) à Presidência da República, candidato também apoiado por Azevêdo.
Veja a nota do PSOL completa:
O resultado das urnas no último dia 02/10/2022 revela o tamanho do desafio que o PSOL tem pela frente em nível nacional e regional. No plano nacional, apesar de termos eleito a maior bancada da nossa história, marcada pela diversidade e de maioria feminina, apesar de termos também superado a cláusula de barreira para a Câmara dos Deputados, de um modo geral a composição do próximo Congresso Nacional é fortemente conservadora, o que irá exigir dos nossos parlamentares e de todos e todas aqueles que compõem o campo democrático, na próxima legislatura, muita ação, articulação e resistência.
Para Câmara Federal nosso estado terá uma das piores composições da história, com representantes do conservadorismo e do reacionarismo local, além de um filhote das Oligarquias eleito para o Senado (Efraim). Além disso, nenhuma mulher foi eleita na PB para a próxima legislatura do Congresso Nacional. Esse mesmo conservadorismo oligárquico também se confirma com a candidatura Pedro Cunha Lima no segundo turno para o Governo do Estado.
Pedro Cunha Lima é a representação direta das oligarquias que contribuíram para o desmonte da Paraíba e para o sofrimento do povo. Como Deputado Federal, é apoiador de Bolsonaro, votando com ele em todas as suas propostas antipovo. Cunha Lima votou com Bolsonaro na Deforma da Previdência e Trabalhista, votou no corte de verbas das políticas públicas ao apoiar a EC 95, foi favorável à cobrança de mensalidades nas Universidades Públicas e defende abertamente uma política privatizante do patrimônio público brasileiro, sendo assim uma candidatura inimiga do povo e contrária aos interesses da classe trabalhadora.
Infelizmente, esse avanço conservador e reacionário também é responsabilidade do hegemonismo de alguns setores da esquerda na Paraíba, que interditaram o fecundo debate iniciado pelo PSOL/PB ainda em 2021 na perspectiva de construção de uma Unidade Democrática pela Paraíba, objetivando a aglutinação de forças para superação da ultradireita que avança na Paraíba, e que agora, se confirma com o resultado das eleições. Estes setores da esquerda na Paraíba, ao optarem por divisões internas em seus partidos e por alianças com a histórica oligarquia local, inegavelmente fragilizaram todo o campo popular. Esse cenário, também revela a urgência da esquerda paraibana se refazer. A necessidade de apontar novas lideranças do campo popular, que venham assumir o papel histórico de derrotar a ultradireita no país e no Estado.